Assim que encerrar o pagamento do auxílio emergencial, em torno de 22 milhões de pessoas devem perder o benefício. De acordo com o Ministério da Cidadania, 34,4 milhões de famílias foram atendidas pelo programa emergencial, enquanto o governo prevê que o Auxílio Brasil alcance 17 milhões até dezembro de 2022.

Em suma, dos 34,4 milhões atendidos pelo auxílio emergencial, 25 milhões não estão inscritos no CadÚnico (exigência para receber o novo benefício). Por outro lado, 14,6 milhões de famílias inscritas no cadastro de programas sociais devem receber o novo bolsa família. Entretanto, o governo disse que vai acrescentar 2,4 milhões até dezembro, totalizando 17 milhões de famílias beneficiadas.

Mais de 22 milhões devem ficar sem benefício com o fim do auxílio emergencial

Em nota ao G1, o Ministério da Cidadania disse que:

"O governo federal vai reajustar os valores dos benefícios pagos pelo Programa Bolsa Família (PBF) e concederá um complemento no valor do Auxílio Brasil, assegurando uma renda de pelo menos R$ 400 para cada família, com responsabilidade fiscal. Para garantir o atendimento da população mais vulnerável, o Cadastro Único está sendo modernizado para fortalecer a relação com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e, com isso, melhorar a porta de acesso dos cidadãos de menor renda nos programas sociais".

De acordo com o governo, por imposição legal, os depósitos do auxílio emergencial eram revisados todo mês. E isso, reduziu o número de beneficiários mês a mês.

Elevação da pobreza

Em suma, a pesquisa "Desigualdade de Impactos Trabalhistas na Pandemia", coordenada pelo diretor da Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social), Marcelo Neri, mostra que a pressão aumentou ainda mais, para os mais pobres.

Além disso, o estudo indicou que, na média de 2019, a proporção de pessoas com renda abaixo da linha de pobreza era de 10,97%, antes da pandemia. E isso, representa em torno de 23,1 milhões de pessoas.

Já em setembro de 2020, por conta do auxílio emergencial com valor mais alto, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza caiu para 4,63%. Ou seja, 9,8 milhões de pessoas. Por outro lado, no 1º trimestre de 2021, quando houve a suspensão do benefício, o número de pessoas pobres chegou a 16,1%. Ou seja, 34,3 milhões de pessoas.

Ao final do 1º semestre, o número de pessoas abaixo da linha da pobreza aumentou em mais 25 milhões. Em suma, o aumento da inflação, a alta do desemprego e a crise econômica diminuíram o poder de compra e a renda das famílias mais pobres. Inclusive, empurraram mais pessoas para a pobreza, segundo a análise do professor Marcelo Neri.

Com informações, G1.