O Banco Central (BC) está com um projeto de mudar a regulamentação das fintechs. Logo, isso pode gerar um impacto bilionário aos brasileiros. Em suma, trata-se da possibilidade de limitar o modelo de negócio das fintechs. Assim, é possível inclusive, que os cartões de crédito passem a ter anuidade e tarifas.

Na prática, a medida vai gerar uma mudança na Tarifa de Intercâmbio (TIC), percentual pago pelas bandeiras de cartão aos emissores. Neste caso, as instituições financeiras. Assim, a meta é aplicar a mesma tarifa cobrada em transações feitas por cartões emitidos por bancos tradicionais e fintechs.

Hoje em dia, a TIC garante às startups financeiras, uma fonte interessante de arrecadação. Isso permite que elas sigam ofertando serviços de forma gratuita. Porém, com a alteração na regra, o BC pode estipular o mesmo teto para os cartões das fintechs. Logo, isso pode reduzir, de forma significante, as suas arrecadações.

Acesso aos serviços bancários deve cair com a mudança do Banco Central

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a solução que se encontrou para a cobrança de tarifas é decorrente da autorregulação.

Se as novas regras do BC valessem desde o ano passado, os clientes das instituições financeiras teriam pago um valor aproximado de R$ 24 bilhões em tarifas. Logo, na prática, isso dificulta o acesso aos serviços bancários pelas pessoas.

Segundo o presidente da Zetta, Bruno Magrani, "Quando a gente pega o universo de empresas que fazem parte da Zetta, a gente estaria olhando algo como 34 milhões de pessoas que deixariam de ter acesso ao setor financeiro nos próximos dois anos por conta dessa redução".

Ademais, o vice-presidente executivo da Abecs, Ricardo de Barros Vieira, disse que as bandeiras de cartão já apresentaram suas propostas de autorregularão ao BC. "Nós estamos propondo que, se o BC enxergar alguma imperfeição, que eventual ajuste de preço seja feito pelas bandeiras e não por tabelamento estatal", finalizou.