Depois de um dia de estabilidade e nova tentativa de retomada ontem, dia 16, as criptomoedas recuaram nesta quinta-feira, dia 17, com investidores assimilando a divulgação da ata do Fomc.

Em suma, a ata afirma que o Federal Reserve (Fed) está pronto para começar a elevar a taxa de juros dos Estados Unidos, além de diminuir o seu balanço patrimonial, como as medidas para enfrentar a inflação.

Além disso, o documento apresenta o que as autoridades do Fed afirmaram sobre as criptomoedas pela primeira vez desde julho de 2021. Ou sejam, apontando "riscos emergentes para a estabilidade financeira associados ao rápido crescimento de criptoativos e plataformas financeiras descentralizadas".

Às 7h15, o Bitcoin (BTC) era negociado em queda de 1,7%, a US$ 43.292. Enquanto isso, o Ethereum (ETH), a 2ª maior criptomoeda por valor de mercado, operava com uma redução de 2%, a US$ 3.071.

A ata Fomc citou que as stablecoins, criptoativos que, em geral, têm paridade com o dólar. Para o Fed, esse tipo de ativo digital representa "outra vulnerabilidade nos mercados de financiamento".

Bitcoin volta a cair e pode chegar a US$ 38 mil

De acordo com os analistas, os investidores de criptomoedas também estão atentos à possibilidade de invasão da Ucrânia pela Rússia, temendo que a retirada de tropas russas nos últimos dias não tenha sido definitiva.

Em suma, um possível agravamento da crise, poderia comprometer as criptos pela alta correlação com as bolsas americanas, em especial a Nasdaq. Além disso, os dados de inflação dos EUA seguem preocupando, já que uma elevação mais aguda nos preços abriria de vez a possibilidade de taxas de juros maiores.

Com os juros maiores, os títulos do tesouro americano são mais atrativos e sugam o capital de ativos de risco, como as criptomoedas. Segundo os analistas, a resiliência das criptomoedas até aqui sugere que não existirá outra queda parecia à vista em janeiro tão cedo.

De acordo com Craig Erlam, analista sênior de mercado da Oanda, "O Bitcoin continua muito saudável depois de resistir à tempestade geopolítica bem antes de se beneficiar da melhora no apetite ao risco na terça-feira".

Segundo o especialista, o apetite ao risco segue no radar, com a elevação da inflação, e a retomada da alta básica de juro se tornando possíveis empecilhos para ganhos mais substanciais nas criptomoedas.

O cenário também se reforça pelas movimentações de traders de derivativos. Para a casa de análise Glassnode, os dados não apontam para uma saída em massa. Porém, indicam uma diminuição na alavancagem que mostra uma estimativa de preço do Bitcoin em uma data futura cada vez mais baixa.

A curto prazo, enquanto os investidores digerem a ata do Fomc, e o mercado perde força, uma nova correção será possível. Porém, com menos chanes de ser tão agudo quanto no mês passado.

Por fim, Mark Newton, estrategista técnico da FundStrat, afirmou na última quarta-feira (16), "O rali será adiado se o Bitcoin ficar abaixo de US$ 41.575, permitindo recuos para US$ 38.734 ou US$ 37.711".