Nessa semana, mais uma vez algumas das principais publicações do Banco Central não deverão acontecer. Entre os documentos afetados, por exemplo, está o Boletim Focus, normalmente divulgados nas segundas-feiras, e o IBC-Br de abril, que seria divulgado nessa segunda-feira, dia 16.

A causa dessa não publicação é a greve dos servidores públicos que está em andamento desde o dia 1º de abril. A categoria, amparada por seu sindicato, vem pedindo uma reposição salarial de cerca de 26,5%. No entanto, até o momento, apenas 5% foram garantidos pelo Banco Central.

Ao longo de todo o mês de abril, algumas publicações, incluindo o Boletim Focus, não aconteceram em função dessa paralisação das atividades. No início de maio, porém, houve um retorno da divulgação de dados que agora, pela segunda semana novamente não são publicados.

Segundo o sindicato, não há previsão de fim da greve. Também não há previsão de retorno das publicações, segundo o BC.

Greve foi pausada, mas voltou

No fim de abril, após uma reunião realizada entre o Sindicato dos Servidores do Banco Central e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, chegou a ser anunciada e realizada uma pausa na greve.

Na referida reunião, ambas instituições teria conversado sobre apossibilidade de um aumento maior do que os 5% - considerados pelo sindicato como insuficientes já que a inflação foi de mais de 10% em 2021 - e decidiu-se por um "voto de confiança".

Durante duas semanas as atividades do BC foram regularizadas, período que o BC teve para tentar conseguir com o governo federal um percentual de reposição salarial maior. Porém, como não se chegou a uma nova proposta, no dia 3 de maio, conforme anunciado, os servidores retomaram a paralisação.

Proposta de 22% foi enviada, mas retirada

Na semana passada o BC chegou a enviar ao governo uma proposta de medida provisória (MP) que previa reajuste de 22% e avançava em alguns pontos da reestruturação, como mudança da nomenclatura do cargo de analista para auditor e exigência de nível superior para técnico.

No mesmo dia, porém, o pedido foi retirado pelo próprio BC. Segundo o órgão, isso foi feito porque teriam sido detectadas inconsistências. Segundo informações divulgadas pelo jprnaç O Estado S. Paulo, o texto reria causado mal-estar no Ministério da Economia, porque a proposta é quase o dobro da inflação registrada em 12 meses.

Além disso, a proposição também teria sido considerada descabida pelo presidente Jair Bolsonaro que teria prometido 5% de reajuste para todos os servidores da União, de forma que uma aumento de 22% para os colaboradores do BC apenas, possivelmente seria mal visto pelas outras categorias.