A taxa de desocupação ficou em 10,5% no trimestre de fevereiro a abril de 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) divulgada nesta terça-feira, 31 de maio. "Essa é a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando foi de 8,1%", disse o IBGE.

A taxa de desempegro recuou 0,7 ponto percentual em relação ao período de novembro de 2021 a janeiro de 2022, quando o nível foi de 11,2%. Além disso, houve também queda de 4,3 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano passado (fevereiro a abril de 2021).

Apesar de ser uma retração no desemprego, a população desocupada totalizava 11,3 milhões no trimestre calculado (fevereiro a abril de 2022), sendo, entretanto, uma diminuição de 25,3% em relação ao mesmo período de 2021. Confira abaixo os destaques da pesquisa do IBGE:

Indicador/Período Fev-Mar-Abr 2022 Nov-Dez-Jan 2022 Fev-Mar-Abr 2021
Taxa de desocupação 10,50% 11,20% 14,80%
Taxa de subutilização 22,50% 23,90% 29,60%
Rendimento real habitual R$ 2.569,00 R$ 2.566,00 R$ 2.790,00
Variação do rendimento habitual em relação a: - - 7,90%
Fonte: IBGE.

IBGE divulga números sobre emprego e desemprego no Brasil; veja números

Recorde de pessoas ocupadas

O contingente de pessoas ocupadas no Brasil foi estimado em aproximadamente 96,5 milhões, recorde da série iniciada em 2012, com alta de 1,1% ante o trimestre anterior (1,1 milhão de pessoas) e de 10,3% (9,0 milhões de pessoas) ante o mesmo período do ano anterior, segundo o IBGE.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 55,8%, apresentou alta de 0,5 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 4,8 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior (51,1%).

Por sua vez, a população fora da força de trabalho (64,9 milhões de pessoas) manteve-se estável quando comparada com o trimestre anterior e caiu 5,3% (menos 3,6 milhões de pessoas) na comparação anual.

Segundo o IBGE, no trimestre móvel de fevereiro a abril de 2022, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 107,9 milhões de pessoas, apresentou aumento de 0,4% (384 mil pessoas) em comparação ao trimestre de novembro a janeiro, e acréscimo de 5,1% (5,2 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Este é o maior contingente de pessoas na força de trabalho da série.

Empregados com carteira de trabalho crescem em 2022; e informais, também

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 35,2 milhões de pessoas, subindo 2,0% (690 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,6% (acréscimo de 3,7 milhões de pessoas) na comparação anual.

A pesquisa do IBGE mostra também que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (12,5 milhões de pessoas) foi o maior da série. Este contingente apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior e teve alta de 20,8% (2,2 milhões de pessoas) no ano.

A taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada, tendo no Brasil 38,7 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,4% e, no mesmo trimestre do ano anterior, 39,3%.

Números por categoria e sobre empregadores

O número de trabalhadores por conta própria (25,5 milhões de pessoas) manteve-se estável na comparação com o trimestre anterior, mas subiu 7,2% (mais 1,7 milhão de pessoas) no ano.

O número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas) apresentou estabilidade no confronto com o trimestre anterior e subiu 22,7% (mais 1,0 milhão de pessoas) no ano.

Já o número de empregadores (4,1 milhões de pessoas) também apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior, mas cresceu 11,2% (414 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (fevereiro a abril).

O número de empregados no setor público chegou a 11,5 milhões de pessoas, apresentando estabilidade nas duas comparações.

Rendimento real caiu em 2022

Apesar da melhoria e os recordes na situação de trabalho no país, o rendimento real habitual, de R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril de 2022, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e redução de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real habitual (R$ 242,9 bilhões) cresceu frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.

Quanto ao rendimento médio real habitual (R$ 2.569,00), ante o trimestre móvel anterior, não houve crescimento em qualquer atividade. Segundo o IBGE, houve, na verdade, redução no grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (de 2,5%, ou menos R$ 93).

Na comparação anual também não houve crescimento em qualquer grupamento de atividade, com redução em: Indústria (6,5%, ou menos R$ 175) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (14,7%, ou menos R$ 623).

O IBGE constatou aumento trimestral de 4,3% no rendimento da categoria de empregado sem carteira de trabalho assinada. De outro lado, os servidores no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) caíram 2,2%, ou menos R$ 88). Na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2021, não houve crescimento em qualquer categoria.

Outros números da PNAD 2022 do IBGE

A taxa composta de subutilização (22,5%) caiu 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre de novembro de 2021 a janeiro de 2022 (23,9%) e 7,1 pontos percentuais na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2021 (29,6%). É a menor taxa para o trimestre desde 2016 (20,1%). A população subutilizada (26,1 milhões de pessoas) teve queda de 6,0% (menos 1,7 milhão) frente ao trimestre anterior (27,8 milhões) e de 22,5% (menos 7,6 milhões) na comparação anual (33,7 milhões).

A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (6,6 milhões de pessoas) apresentou redução, em relação ao trimestre anterior, de 5,3% (menos 369 mil pessoas). Em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2022, a queda foi de 10,0% (menos 730 mil pessoas).

A população desalentada (4,5 milhões de pessoas) caiu 6,4% em relação ao trimestre anterior (menos 303 mil pessoas) e 24,6% (menos 1,5 milhão de pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (4,0%) caiu 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior e 1,5 p.p. frente ao mesmo trimestre do ano anterior, quando foi de 5,4%.

Entre os grupamentos de atividades, frente ao trimestre móvel anterior, houve aumento no grupamento de Transporte, armazenagem e correio (3,1%, ou mais 152 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,5%, ou mais 251 mil pessoas) e Outros serviços (4,8%, ou mais 233 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)/Agência IBGE Notícias.