As criptomoedas vêm ganhando cada vez mais força em todo o mundo e já existem centenas delas, com diferentes objetivos, voltadas para diferentes públicos, mas uma em especial está ganhando destaque nesse início de 2022: a Maricoin.

Lançada em sua fase inicial no dia 31 de dezembro, em Madri, na Espanha, essa é a primeira criptomoeda LGBTQIA+ (sigla do movimento político e social que defende a diversidade e busca mais representatividade e direitos para a comunidade que inclui lésbicas, gays, bissexuais e transgênero). Ela ainda está em fase de testes, mas já tem uma grande adesão.

Abaixo, vamos falar um pouco mais sobre ela.

Por que "Maricoin"?

O nome Maricoin teve origem em um jogo de palavras que une maricón, um xingamento homofóbico em espanhol que é o equivalente a bicha em português, e coin, que é moeda em inglês, um termo que é utilizado em muitas criptomoedas.

Fase de testes

A Maricoin está em teste piloto em Chueca, que conhecido como o bairro gay da capital espanhola, e nesse primeiro momento a moeda envolve 10 empresas. Ela está sendo apoiada pela Borderless Capital, firma de capital de risco com sede em Miami (EUA).

Mas a expectativa dos criadores é de que muito em breve ela comece a ser negociada livremente. A partir disso ela deverá ser usada como meio de pagamento em negócios e eventos LGBTQIA+ em todo o mundo.

E as chances de ela vir com tudo são realmente grandes. Para se ter uma ideia, antes mesmo que a Maricoin começasse a ser negociada, cerca de 8 mil pessoas já estavam em uma lista de espera para comprar a moeda virtual.

Empoderar a comunidade e mudar o mundo

Além disso tudo, a primeira criptomoeda LGBTQIA+ nasceu com um propósito muito interessante. Segundo os criadores, a ideia é aproveitar o poder econômico da comunidade para "mudar o mundo".

Juan Belmonte, de 48 anos, cofundador da moeda virtual explica que a ideia começou a surgir em 2017, quando o grupo ultraconservador HazteOir lançou uma campanha contra os direitos dos transgêneros enviando um ônibus pela Espanha com as palavras: "Meninos têm pênis, meninas têm vulvas. Não se deixe enganar." Porém, o projeto começou a sair do papel mesmo em julho de 2021.

Segundo Juan, a moeda digital será aceita em empresas que assinaram um manifesto de igualdade, ou seja, que concordarem em fazer a sua parte na defesa dos direitos de pessoas LGBTQIA+ e de "todos os que sofrem de exclusão".

O cofundador também defende que a comunidade LGBTQIA+ tem um papel importante na economia mundial e que ela deve ser mais respeitada por isso. "Já que movemos esta economia, por que nossa comunidade não deveria lucrar com isso, em vez de bancos, que muitas vezes não ajudam as pessoas LGBTQ+?", questiona.

A partir daí, o céu é o limite. Em entrevistas já concedidas, os criadores também já destacaram que futuramente o criptoativo deverá financiar empreendimentos e promover iniciativas humanitárias em prol da comunidade e do combate à discriminação ao redor do mundo todo.

"Poderemos dar microcréditos para que as pessoas abram um pequeno café amigável para LGBTQI na Colômbia ou para apoiar projetos que ajudem refugiados queer a fugir de países onde seriam apedrejados até a morte."