A grande companhia Embraer (ticker EMBR3) informou ao mercado nesta segunda-feira, 20, por meio de comunicado publicado em seu site que entregou menos jatos executivos e aviões comerciais durante o segundo trimestre de 2020 (2T20); de forma a representar uma queda em relação a esse período de anos anteriores. O comunicado já é uma prévia do possível resultado ruim que virá no balanço trimestral (2T20) que sairá no dia 05 de agosto.

De acordo com a empresa, foram entregues durante o 2º trimestre deste ano 17 jatos ao todo; sendo 4 comerciais e 13 jatos executivos. Os pedidos em produção, por sua vez, totalizam USD 15,4 bilhões.

Ao se analisar o segundo trimestre de 2019, por exemplo, é possível confirmar a informação publicada, pois a Embraer entregou 51 jatos neste período; 26 deles jatos comerciais e os 25 restantes jatos executivos, uma diferença de 34 aeronaves. Desta forma, pode-se concluir que as entregas feitas pela fabricante aos clientes diminuíram cerca de 67% no segundo trimestre de 2020 frente ao 2T19.

A empresa não detalhou muito a forte queda por meio do comunicado, mas disse que isso aconteceu principalmente por causa dos impactos mundiais causados pela pandemia do novo coronavírus.

Entre as vendas concluídas no 2T20, a Embraer destaca o pedido de um E-Jet 1.600 (aeronave comercial) entregue à suíça Helvetic Airways; além de uma nova encomenda feita pela companhia aérea Congo Airways de dois jatos E190-E2.

- Veja o comunicado divulgado na íntegra

Resultados do 1T20 da Embraer

De acordo com os documentos publicados em 1º de junho, a Embraer registrou prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2020. No 1T20 foram entregues 14 aeronaves: cinco delas comerciais e nove aeronaves executivas.

Boeing rompeu com a Embraer

As duas companhias aéreas assinaram um acordo em 2018 que valia US$ 5,2 bilhões. O negócio tinha por objetivo a criação de uma nova empresa do setor, a Boeing-Brasil Comercial; sendo que Boeing teria 80% e Embraer seria dona dos 20% restantes do empreendimento mais a possibilidade de vender sua parte para a primeira.

Além disso, o contrato previa um joint-venture, uma parceria para a produção da aeronave KC-390 que é usada por militares.

Mas em abril deste ano a parceria foi totalmente desfeita pela americana Boeing, esta que denunciou a falta do cumprimento das "condições necessárias" para o negócio dar certo pela brasileira. Embraer, por sua vez, defendeu-se dizendo que a Boeing rasgou o contrato de forma indevida e ainda criou "falsas alegações".