O Bradesco, um dos maiores bancos privados do Brasil, reservou cerca de R$2,7 bilhões para cobrir as potenciais perdas de crédito causados pela pandemia do novo Coronavírus. Isso levou a instituição financeira a registrar um resultado bem abaixo das estimativas dos analistas do primeiro trimestre.

Nesta quinta-feira, o banco divulgou lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, de exatamente R$3,753 bilhões, o que evidencia uma queda de 40% em relação ao ano anterior e bem abaixo da estimativa média dos principais analistas, que era de R$5,975 bilhões. Vale lembrar que os dados são da Refinitiv.

As provisões para perdas com empréstimos do banco apresentaram aumento de 86% em relação ao ano anterior, para R$6,708 bilhões, já que o Bradesco espera uma inadimplência ainda maior por parte dos consumidores e empresas que enfrentam problemas criados pelos efeitos econômicos da pandemia do COVID-19.

Agora, o Bradesco possui um colchão de proteção totalizado em R$5,1 bilhões de reais para enfrentar um cenário econômico bastante adverso, e que pode levar a ainda mais calotes, falências e perda de diversos empregos.

Vale lembrar que os efeitos econômicos apresentados no primeiro trimestre ainda são bastante lmitados, tendo em vista que as medidas de isolamento social impostas pelo Governo Federal tiveram efeito apenas em março. Outro dado importante é que a carteira de empréstimos do Bradesco cresceu 5,1% em relação a dezembro, sendo o grande aumento nos empréstimos corporativos, uma vez que as grandes empresas estavam com grande apetite por crédito, já temendo uma recessão considerável por conta das medidas de isolamento.

O Banco Central do Brasil disse na quarta-feira que os bancos podem precisar de cerca de 70 bilhões de reais em capital adicional para enfrentar maiores provisões para perdas com empréstimos, de acordo com o pior cenário de um teste de estresse. Por conta da maior variável dos mercados, o capital principal do Bradesco caiu para 10,3% no primeiro trimestre.