O que você queria ser quando crescesse? Quando as crianças eram questionadas pelos adultos há pouco tempo atrás, era comum ouvir respostas do tipo: astronauta, médico, professor. Entretanto, hoje em dia, essa resposta mudou.

Atualmente, o sonho de muitas crianças, é ser Youtuber ou vloguer. Ou seja: ter um canal no YouTube ou em outras redes sociais e viver fazendo vídeos. Isso mesmo! De acordo com uma pesquisa da empresa Harris Poll, 3 em cada 10 crianças dos Estados Unidos e do Reino Unido escolheram essa profissão ao invés de atleta profissional, músico ou astronauta, por exemplo.

Sendo assim, é possível perceber, que o mundo muda rapidamente, e assim, fica cada vez mais difícil, acompanhar as profissões do futuro. Diante disso, confira abaixo, algumas pistas do que vêm por aí.

Criação de profissões

Quando a criança ingressa na escola, muitas vezes é lembrada de que está ali por um objetivo simples: estudar para passar na faculdade e virar um profissional bem sucedido. Porém, e se eu te dissesse, que essa criança tem que estudar para se tornar uma profissional que ainda não existe?

Pois bem, o relatório "O futuro das profissões", do Fórum Econômico Mundial, mostrou que cerca de 65% das crianças entrando na escola primária em 2016, acabariam trabalhando em profissões que ainda não existiam.

É estranho pensar, mas é como iniciar uma viagem sem saber qual será o seu destino. Você pode até imaginar que existe um, mas não sabe dizer qual é. Diante disso, como se preparar para essa jornada? Paralelo a isso, você adulto pode se perguntar: "mas o que tudo isso tem a ver comigo, que já tenho minha profissão e estou bem?". A resposta é: tudo.

É dito isso, pois as alterações no mercado de trabalho impactam muito quem está ingressando, quanto quem já está inserido nele. E quem não seguir essas transformações, pode acabar perdendo o espaço.

Quarta Revolução Industrial

Todas essas alterações e mudanças no mudo do trabalho, acompanham a Quarta Revolução Industrial, marcada pela conexão entre o mundo digital, o mundo físico e o mundo biológico.

As revoluções industriais acontecem desde o século 18. Elas se referem às alterações estruturais na forma de produzir. A 1ª foi a época da criação das máquinas. A 2ª ocorreu devido à chegada da eletricidade. Já a 3ª, foi consequência da evolução da tecnologia eletrônica, enquanto a 4ª está somente iniciando.

De acordo com o autor do livro "A Quarta Revolução Industrial", Klaus Schwab, a revolução tecnológica transformará a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. E, segundo o Fórum Econômico Mundial, a velocidade dos avanços atuais não tem precedente na história, inclusive, interfere em quase todos os setores.

Dentre as tecnologias que marcam a nova fase, são a robótica, a inteligência artificial, a realidade aumentada, o big data, a nanotecnologia, a impressão 3D e a internet das coisas, a qual possibilita conectar dispositivos, equipamentos e objetos através da rede.

Como as alterações tecnológicas impactam o modo de trabalhar?

Certamente, você já ouviu falar na história de que os robôs e as máquinas vão tomar os trabalhos das pessoas, né? Por enquanto, essa mudança ainda não é tão drástica, entretanto, as tecnologias tendem a mudar o perfil de diversas funções que existem hoje, e podem criar outras novas.

Com os computadores se tornando mais rápidos, inteligentes, e potentes, alguns trabalhos podem sim, ser substituídos por máquinas. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, até 2025, um em cada 4 empregos, deve ser substituído por programas de computador e robôs.

Nos Estados Unidos, por exemplo, softwares já fazem funções que até então, eram desempenhadas por advogados, como analisar vários documentos, e até sugerir decisões. A diferença, é que eles fazem isso muito mais rápido que os humanos.

Entretanto, isso não significa que o trabalho de um advogado, por exemplo, vai ser substituído ou eliminado. Entretanto, mostra que algumas funções que eram comuns para os profissionais, estão mudando, e devem mudar ainda mais.

Por outro lado, uma área que vem sendo impactada, é a medicina. Os robôs já conseguem fazer o diagnóstico de doenças e cirurgias médicas com precisão, mudando o trabalho do médico em algumas funções. O mesmo vale para a indústria, que vive um processo de automação quase total das linhas de produção.

Diante disso, está ficando frequente que, algumas empresas, fechem as portas com o avanço da tecnologia, bem como outras, abram as portas para tarefas menos competitivas. Por exemplo: nas áreas de engenharia, ciência, computação, e matemática, novos empregos devem ser gerados para alimentar o ciclo de inovação. Ademais, também vão ter oportunidades para quem é de humanas.

Em suma, os "trabalhadores do conhecimento", como as pessoas que lidam com criatividade, negociação, estratégia e análise, também são indicados como profissionais com futuro promissor. Além disso, quem tiver a habilidade de solucionar problemas complexos, terá um diferencial ainda maior no mercado de trabalho.

Quais são as profissões do futuro?

Segundo a edição de 2020 do relatório "O futuro das profissões", do Fórum Econômico Mundial, alguns profissionais em alta são:

  • Analistas e Cientistas de Dados;
  • Especialistas de Machine Learning e Inteligência Artificial;
  • Especialistas de Big Data;
  • Especialistas em Estratégia e Marketing Digital;
  • Especialistas de Processos de Automação;
  • Gerentes de Projeto.

Enquanto isso, algumas profissionais em baixa, são:

  • Responsáveis por dar entrada de dados;
  • Assistentes executivos e administrativos;
  • Pessoal de contabilidade, escrituração e folha de pagamento;
  • Auditores;
  • Trabalhadores industriais;
  • Analistas financeiros.

Sendo assim, que está inserido no mercado de trabalho precisará aprender e criar as habilidades necessárias para esse novo cenário. Segundo o mesmo relatório do Fórum Econômico Mundial, as competências que os empregadores mais valorizam atualmente, são a análise e o pensamento crítico, resolução de problemas, e capacidade de autogestão.

Por fim, vale ressaltar que as empresas entrevistadas para o relatório estimam que em torno de 40% dos trabalhadores, vão precisar de uma requalificação. Além disso, 94% das lideranças esperam que os seus funcionários adquiram novas habilidades no trabalho. Sendo assim, de uma forma ou de outra, todos serão impactados.