O governo vai acabar com o Bolsa Família para mover os recursos para um outro benefício social, o chamado Renda Brasil. O valor a ser pago aos brasileiros de baixa renda ainda não foi definido e segue nas pautas dos políticos responsáveis pela estruturação do novo benefício. A resposta pode sair já nesta sexta, 28.

Nesta quarta-feira, 26 de agosto, Bolsonaro anunciou que não aceitou a proposta enviada pelo ministério da economia para a criação oficial do Renda Brasil e que o projeto não será enviado ao Congresso Nacional, pois o presidente afirma que não concordou com os cortes de alguns programas sociais proposto por Paulo Gudes, ministro da economia, para custear o novo benefício.

"Ontem discutimos a proposta, a possível proposta do Renda Brasil. Eu ontem falei: está suspenso! vamos voltar a conversar. A proposta como a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos", discursou Jair durante um evento em Ipatinga, Minas Gerais. O presidente ainda defendeu o abono salarial; "não podemos fazer isso aí. Como por exemplo, a questão do abono para quem ganha até dois salários mínimo. Seria, né, um 14º salário. Não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar para um Bolsa Família ou um Renda Brasil, seja lá o que for o nome deste novo programa".

O Renda Brasil faz parte dos planos enviados ao presidente da república pelo ministro Paulo Guedes, este que visa aceleração da economia brasileira. De acordo com a proposta, as famílias participantes do novo programa receberiam em média R$ 250, o que é um valor mais alto quando comparado com a verba do bolsa família. Mas, para isso acontecer, a equipe do ministério da economia propõe o fim de alguns programas sociais em vigor considerados ruins, como o abono salarial, o farmácia popular e o seguro-defeso para o financiamento do novo benefício. Bolsonaro não concorda; o presidente parece insatisfeito com os cortes e com o valor proposto.

Com esse desacordo entre Bolsonaro e Paulo Guedes, o mercado sente as incertezas da gestão das contas públicas e reforça a possibilidade de substituição do líder da economia. A notícia de que Guedes perdeu forças perante o governo espalhou-se semanas atrás após alguns políticos ligados a ele saírem de cena. Além disso, o presidente da república e o ministro da economia defendem valores diferentes para os próximos pagamentos do auxílio emergencial.

Auxílio Emergencial continua até dezembro, afirma Bolsonaro

O presidente já determinou mais uma prorrogação do auxílio emergencial, desta vez até dezembro de 2020, no entanto, o valor a ser pago ainda não foi definido pela política. Guedes propôs um pagamento de R$ 200, mas foi barrado por Bolsonaro.

"Sabemos que 600 reais é pouco para muitos, mas muito para um país se endividar. E como é emergencial tem que ter um ponto final. Resolvemos estendê-lo até dezembro, não será 200 ou 600 reais", disse o presidente em evento.

Desta forma, o governo continua planejando o novo valor do auxílio emergencial, que será menor do que os 600 reais vigentes e maior do que R$ 200.

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