O bitcoin alavancou o patrimônio de muitas pessoas nos últimos anos, com a explosão do BTC no mercado financeiro e a consolidação no universo das criptomoedas. Hoje em dia, em capitalização, a patente nº 2 no mercado global é o ether (ETH), da plataforma Ethereum.

Então, atualmente, o desafio dos apaixonados por criptomoedas está em tentar entender o mercado para descobrir qual a criptomoeda que irá alavancar nos próximos anos.

A situação lembra que no mercado de ações existem as small caps, que são ações de empresas da bolsa de valores que estão em fase de desenvolvimento, ou seja, empreendimentos com baixo valor de mercado e que ainda têm espaço para crescer.

Nesse cenário, Chainlink (LINK) é um tipo de criptomoeda que anda bastante comentada na internet. A cotação cresceu bastante nos últimos anos, mas ainda é baixa em relação às grandes criptos.

Mas, afinal, o que é Chainlink (LINK)? Qual o valor que esse projeto traz para o mercado e por que algumas pessoas acham que ela vai se valorizar? Entenda abaixo como tudo funciona.

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A Chainlink é mais do que uma criptomoeda. Trata-se de uma invenção que possibilita uma interação segura entre blockchain e o mundo real.

Ela estreou no mercado recentemente, em 2017, quando a empresa por trás do projeto realizou a oferta inicial (ICO), movimentando US$ 32 milhões e criando um bilhão de moedas LINK. Nesse ano, os criadores, Sergey Nazarov e Steve Ellis, escreveram o primeiro documento do projeto (whitepaper). Mais tarde, em maio de 2019, a Chainlink nasceu no mercado e ficou online na rede.

Em termos técnicos, a Chainlink é uma rede oracle descentralizada e que atua no sistema Ethereum, com o padrão ERC-20. Seu token é a LINK que serve para manter toda a rede e fica entre as principais criptomoedas atualmente.

"Chainlink conecta contratos inteligentes ao mundo real. Por meio do uso de oráculos seguros, a Chainlink estende a funcionalidade das blockchains conectando contratos inteligentes a dados, eventos, pagamentos e computação fora da cadeia do mundo real de maneira altamente confiável e resistente a adulterações", explica a empresa.

Ao estudar sobre criptomoedas, as palavras podem parecer soltas e aleatórias, mas tudo é desenvolvido para ter alguma função. Então entre os grandes termos envolvendo a Chainlink estão oráculos, contratos inteligentes e operadores de nós.

Chainlink opera um sistema de oráculos descentralizados que fornecem dados confiáveis para contratos inteligentes (smarts contracts)

Oráculo (oracle, como mencionado acima) é o sistema que consegue analisar e validar dados que são enviados do mundo real para a rede blockchain, como resultados de esportes e cotação dos ativos do mercado financeiro.

A Chainlink opera vários oráculos que conectam blockchains a fontes externas. Dessa forma, os chamados contratos inteligentes (smarts contracts) são executados de forma segura e fiel à realidade com base em entradas e saídas de informações do blockchain.

Por sua vez, os contratos inteligentes são como comandos de computadores. São programas digitais que se autoexecutam quando as condições programadas são concluídas. Eles possibilitam a confiabilidade e autonomia dos dados nas blockchains e são imutáveis.

Em resumo e palavras bem simples, o mercado entende que a relação entre a Chainlink com a rede é: "se o evento x do mundo real for verdadeiro, faça x no blockchain".

Mas, um problema surge nos contratos inteligentes quando dados do mundo real precisam entrar na rede: quem vai conferir se a informação é verdadeira e não foi manipulada?

Nesse cenário, a Chainlink usa esses oráculos (com várias fontes de dados) para expandir o fornecimento de dados que entram nos contratos inteligentes, de forma descentralizada, ou seja, não há apenas uma entidade fazendo o manejo dos dados, mas sim várias fontes.

A retenção de dados nessa "peneira" serve para que pessoas e empresas (fora da rede) não consigam manipular o blockchain com informações distorcidas.

Por exemplo: se dez fontes chegam com o preço de um ativo (commodity ou evento esportivo) e duas delas mostram resultados diferentes, essas duas fontes são descartadas pela rede de oráculos da Chainlink.

Para facilitar o entendimento, veja a ilustração abaixo. Perceba que qualquer dado de fora (any input) antes de chegar ao blockchain precisa passar por oráculos da Chainlink. O mesmo acontece com os dados que saem da rede (any output) para o mundo real.

Oráculos conectam blockchains a entradas de informação do mundo real - Divulgação/Chainlink
Oráculos conectam blockchains a entradas e saídas de informação do mundo real - Divulgação/Chainlink

O sistema da Chainlink, que descentraliza oráculos, está sendo usado de várias maneiras e tem ganhado fama no mercado, por garantir maior confiabilidade. Veja abaixo alguns casos:

  • Distribuição de NFTs
  • Empréstimo Aave
  • Apps DeFi
  • Usada por empresas: Google, Intel, Amazon

A Chainlink é um projeto que se mostra útil para a comunidade da blockchain. Isso porque ela funciona como intermediária entre dados concretos do mundo real e a rede.

Ela tem uma função laborial que a torna atraente não só para as empresas e instituições financeiras que desejam desenvolver atividades na rede, mas também para operadores de criptomoedas.

Divulgação/Chainlink
Divulgação/Chainlink Network

A rede Chainlink tem em sua economia a moeda de troca LINK. Os participantes da rede são monetizados por criptos LINK quando realizam tarefas para a comunidade.

Com código aberto, qualquer pessoa pode participar da rede. Nesse caso, o participante atua como operador de oráculos (nós), trabalhando entre a entrada e saída de dados de fora no blockchain.

Mas aqui surge um outro detalhe: como saber então se a pessoa está agindo de boa-fé?

O processo de participar da Chainlink acontece por meio de garantia. Primeiro, o operador de oráculo envia sua informação ao sistema e, inclusive, é obrigado a colocar uma fatia de suas moedas LINK como sinal de boa-fé e honestidade.

A Chainlink atua por meio de etapas de validação de dados e, como mencionado acima, várias fontes são consideradas antes de chegar a um valor final. É um processo descentralizado.

Por fim, se os dados desse operador ficaram entre as respostas válidas, ele será recompensado por mais moedas LINK, mas será punido pela rede se for identificada manipulação.

Em sua oferta inicial de moedas (ICO na sigla em inglês), a Chainlink teve sua moeda negociada a um preço de US$ 0,11 cada. No momento, foram vendidas 290 milhões de criptos LINK. Desde então, o ativo foi valorizado no mercado.

Em 31 de maio de 2019, quando a Chainlink ficou online na rede, a LINK chegou a US$ 3,39 e começou a subir. Em 31 de março de 2021, a criptomoeda saltou para um pico de R$ 38,14.

Depois da máxima, a LINK passou a oscilar para queda. Atualmente, a cotação da Chainlink opera por volta de US$ 7.

Considerando o dólar das respectivas datas, é como se a LINK tivesse saído de cerca de R$ 3 do ICO para R$ 38 da cotação atual.

A principal forma de obter a criptomoeda Chainlink (LINK) é por meio de compra do ativo no mercado financeiro. Isso pode ser feito por meio das corretoras de criptomoedas (exchanges).

O procedimento envolve a abertura de conta em uma corretora, que pode levar de minutos até alguns dias até que seja feita a validação dos dados pessoais (assim como acontece na abertura de conta em banco).

Depois, deve-se acessar a plataforma de negociação da corretora para encontrar a Chainlink (LINK). Os gastos variam de acordo com a quantidade desejada e a cotação do dia.

Por exemplo, neste momento se fosse compradas 100 unidades de LINK, o aporte seria de R$ 3,8 mil aproximadamente.