A Gol (GOLL4) registrou um prejuízo líquido de R$ 2,851 bilhões no segundo trimestre (2T22), mostra o relatório de resultados divulgado pela companhia aérea na manhã desta quinta-feira, 28 de julho. O desempenho reverte o lucro de R$ 642,9 milhões obtido no mesmo período de 2021 e as perdas foram principalmente causadas por variações cambiais e monetárias, segundo o balanço.

O prejuízo por ação, no padrão de contabilidade IFRS, foi de R$ 6,81 e prejuízo por ADS (papel listado na Nyse) atingiu US$ 2,77 no 2º trimestre desse ano. A companhia já esperava por desvalorização nas ações; saiba mais abaixo.

A temporada de resultados do segundo trimestre das empresas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) começou em julho e segue até agosto (veja aqui a agenda completa).

Gol (GOLL4): destaques dos resultados do 2T22

A Gol (GOLL4), uma das maiores companhias aéreas do Brasil, reportou seu balanço de resultados do segundo trimestre (2T22) e listamos abaixo os destaques; confira.

Apesar do prejuízo financeiro, a Gol apresentou melhorias operacionais significativas no período. Segundo o balanço, a receita operacional líquida da companhia atingiu R$ 3,242 bilhões no 2T22, sendo um crescimento de 215,3% em relação ao mesmo período de 2021. Além disso, o resultado mostra-se 3% acima da receita registrada no segundo trimestre de 2019, quando não havia pandemia da covid-19.

O balanço mostra que o transporte de passageiros cresceu 237,5% na comparação anual, enquanto o transporte de cargas aumentou 75%.

"A GOL confirmou o crescimento da demanda corporativa e transportou 5,8 milhões de passageiros no trimestre, mais do que o dobro do 2T21, porém ainda 30% aquém do volume do 2T19", cita a companhia o período pré-pandemia.

Com melhores resultados operacionais, o EBIT (lucro operacional) recorrente totalizou R$ 50,8 milhões no 2º trimestre, assim sendo uma melhoria frente ao prejuízo de R$ 765,2 milhões no mesmo intervalo de 2021.

Por sua vez, a Gol anunciou um ebitda recorrente e positivo de R$ 439 milhões no 2T22, revertendo o saldo negativo de R$ 547,4 milhões no segundo trimestre de 2021. A margem ebitda passou pelo seu terceiro trimestre consecutivo no azul e atingiu 13,5% no 2T22.

Entre abril a junho de 2022, a GOL recebeu três novas aeronaves Boeing 737 MAX-8 e totalizou uma base de 34, que representa 24% da frota atual, contribuindo para maior eficiência de custos e menos emissões de carbono, segundo a companhia.

Menor em relação ao padrão IFRS, a Gol teve um prejuízo líquido recorrente de R$ 620,8 milhões no 2T22, o que representa uma melhoria de 51,7% na comparação com o segundo trimestre de 2021.

Ao todo, a Gol registrou custos e despesas operacionais de R$ 3,434 bilhões no segundo trimestre de 2022, em alta de 86,8% na comparação anual. Destaque para os gastos com combustível de aviação que saltou 285,1% para R$ 1,448 bilhão.

Um dos principais fatores que motivaram o prejuízo da companhia, a taxa de câmbio média no segundo trimestre foi de R$ 4,92, queda anual de 7%.

A dívida líquida da Gol mais do que dobrou no último ano e fechou o 2T22 em R$ 23,838 bilhões, alta de 50,9%. Mesmo com o aumento do endividamento, a alavancagem financeira da companhia (dada pela relação dívida líquida/ebitda recorrente) caiu 1,1 ponto percentual para 9,5x em razão, principalmente, da melhoria do ebitda recorrente no período, assim explica a companhia.

Destaques operacionais da Gol

No 2T22, a demanda por voos no mercado doméstico atingiu 6.457 milhões de RPK (indicador passageiros-quilômetros transportados pagos), um aumento de 88% comparado ao 2T21, mas atingindo 80% do RPK registrado no 2T19.

Além disso, a oferta no mercado doméstico atingiu 8.432 milhões de ASK (Assentos-Quilômetros oferecidos) no 2T22, representando um aumento de 109,1% na comparação anual, mas ainda representando 87% dos níveis atingidos no segundo trimestre de 2019.

Por sua vez, a taxa de ocupação foi de 76,6% e a Gol transportou cerca de 5,6 milhões de clientes no 2T22, que foi um aumento anual de 88%.

No mercado internacional, a oferta, medida em ASK, foi de 589 milhões, e a demanda, medida em RPK, somou 510 milhões. No comparativo com o 2T21, a comparação percentual fica distorcida pelo fato da base anterior ser nula, segundo a companhia. Entre abril a junho de 2022, a GOL transportou cerca de 197.954 passageiros no mercado internacional.

Ainda segundo o balanço, o volume total de decolagens da Gol foi de 45.538, representando um acréscimo de 131,6% em relação ao segundo trimestre de 2021. O total de assentos disponibilizados no mercado internacional foi de 8,0 milhões, também representando um acréscimo de 129% comparativamente ao mesmo período de 2021.

Cotação: Gol (GOLL4) recua na B3 em dia de balanço

A Gol já havia anunciado ao mercado que estava esperando por prejuízo no segundo trimestre de 2022 (2T22). No dia de divulgação do balanço de resultados, nessa quinta-feira, 28 de julho, as ações GOLL4 registram queda na B3.

Até às 12h50min de hoje (28), as ações da GOLL4 tinham desvalorização de 4,76% com cotação de R$ 8,60 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Os papéis têm atualmente uma participação de 0,080% no Ibovespa, que, por sua vez, registrava alta de 0,38% aos 101.826 mil pontos no mesmo momento.