A Camil Alimentos, listada na bolsa de valores brasileira com o código CAML3, divulgou em 8 de outubro o balanço referente ao segundo trimestre do ano (2T20), mostrando um lucro líquido de R$ 138,6 milhões com crescimento de 245,6% em relação a esse período de 2019.

Junto a esse resultado, o lucro por ação da empresa atingiu R$ 0,37; um salto de 276,6% em relação ao 2T19.

Por sua vez, a receita líquida da empresa ficou em R$ 1,912 bilhão no 2T20, o que é uma alta de 56,3% frente ao segundo trimestre do ano passado, sendo impactada positivamente pelos mercados de alimentos nacional e internacional.

Conforme o documento publicado; do montante, R$ 1,34 bilhão foi de receita captada no Brasil, "impulsionada pelo crescimento das receitas, volume e preços em todos os segmentos no período". Já os R$ 570,2 milhões restantes da receita líquida vieram do mercado internacional e foram beneficiados pelo câmbio do período "de aproximadamente R$126,8 milhões e crescimento do volume e preço de vendas em todos os países".

O Ebitda da Camil nesse 2T20 ficou em R$ 207,5 milhões, alta anual de 133,8% frente ao 2T19, com margem de 10,8%.

No Brasil, tendo volume total de 397,2 milhões de toneladas em circulação, o segundo trimestre contou com aumento anual dos volumes de arroz (14,1%), de açúcar (23,1%) e de pescados (56,5%), e queda de -11,9% no volume de feijão, cujas quantidades foram:

  • Arroz: 217,2 milhões de toneladas;
  • Feijão: 23,4 milhões de toneladas;
  • Açúcar: 147,1 milhões de toneladas;
  • Pescados: 9,5 milhões de toneladas.

Seguindo a alta de demanda, Uruguai, Chile e Peru também tiveram alta anual nos volumes de 37,6%; 8,3% e 17,8% respectivamente, compondo o referido mercado internacional com 189,1 milhões de toneladas ao todo.

As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) cresceram 22,2% no 2T20 na comparação anual, ficando em R$ 278,2 milhões e equivalendo a 14,5% da receita líquida. "O crescimento nominal foi impactado pelo aumento do SG&A no Brasil e no Internacional (+9,1% YoY e 54,2% YoY, respectivamente)", explica a empresa.

De outro lado, o Capex (Despesas de Capitais ou Investimentos em Bens de Capitais) mostrou queda de -29,1% no 2T20 em função do segundo trimestre de 2019, ficando em R$ 27,1 milhões.

Já o fluxo de caixa livre apresentou resultado negativo de R$ 52,5 milhões no 2T20, uma baixa de -62,3% frente ao 2T19, "impactado pela sazonalidade de variação de capital de giro em função do aumento de vendas e custos de matéria-prima do período".

A Camil fez mais dívidas no 2T20, pois o endividamento total ficou em R$ 2,6 bilhões, alta anual de 20,5% por causa das captações feitas no Brasil e exterior que somam "aproximadamente R$1,2 bilhão para atendimento dos vencimentos de curto prazo. Vale destacar que a desvalorização cambial do segmento internacional também impulsionou o crescimento do endividamento no período", conforme foi anunciado pela companhia.

Arroz em alta no mercado

O destaque vai todo para o arroz, que chamou a atenção pela alta dos preços no Brasil, terminando o 2T20 valendo R$ 94,02 por saca. A empresa disse que isso aconteceu "principalmente, em função da desvalorização cambial que impulsionou as exportações de arroz do Brasil no primeiro semestre do ano e, consequentemente, a subida de preços do mercado interno".

Os dados da Camil mostram ainda que os preços continuaram subindo após o fechamento do segundo trimestre, chegando a R$ 105 por saca nas últimas semanas. O que pode também impactar bastante nos resultados do terceiro trimestre do ano (3T20).