A Raízen, empresa de energia, está organizando uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para abrir capital no Brasil em 2021, segundo informações da agência Reuters e conforme foi confirmado por uma das controladoras da empresa, a Cosan.

Após ouvir envolvidos na oferta, a Reuters anunciou que o IPO da Raízen pode movimentar R$ 13 bilhões, o que só se aproxima da oferta do Santander em 2009 e da Rede D'Or São Luiz em 2021, que levantou R$ 13,1 bilhões e 11,5 bilhões respectivamente.

Além disso, a agência também descobriu que até agora já foram contratados quatro bancos de investimentos para coordenar o IPO da Raízen, sendo eles: BTG Pactual (que será o coordenador-líder), Citigroup, Bank of America e Credit Suisse. A fonte da Reuters também disse que mais instituições devem entrar para a oferta em breve. Como pode ser visto abaixo, uma das controladoras da Raízen, a Cosan, confirmou recentemente que a contratação dos "consultores" para a preparação da oferta está em andamento.

Com o IPO, o valor de mercado da Raízen pode atingir R$ 90 bilhões, o que coloca a empresa entre as gigantes da B3. Conforme as informações da Reuters, a oferta pode acontecer entre os meses de junho e julho de 2021.

Cosan fala sobre o IPO da Raízen

A notícia sobre o possível IPO da Raízen vem agitando o mercado, considerando o tamanho da empresa e o potencial da oferta, e a controladora Cosan divulgou no último dia 30 de março um comunicado ao mercado para esclarecer os fatos trazidos pela grande mídia, especialmente, pelo Brazil Journal.

Pela nota, o diretor-financeiro e diretor de relações com investidores da Cosan, Marcelo Eduardo Martins, confirmou que a companhia está mesmo contratando os coordenadores do IPO da Raízen. Veja abaixo o que diz o comunicado:

"A Cosan reafirma que os acionistas controladores da Raízen estão constantemente analisando a possível listagem da Raízen por meio de uma oferta pública inicial de ações. Embora a listagem efetiva dependa de inúmeras condições que podem estar fora do controle da Companhia, isso não impedirá a contratação de consultores para iniciar a preparação para uma eventual oferta, o que de fato está sendo feito. Entretanto, neste momento, os acionistas não tomaram todas as decisões com relação à estrutura da oferta. Nossa intenção é estarmos preparados caso tais condições sejam atendidas e o momento de mercado esteja adequado".

Em fato relevante divulgado em julho de 2020, a Cosan informou ao mercado que a administração planeja uma reorganização societária, com o objetivo de destravar o valor de mercado do Grupo Cosan. Além disso, o plano também conta com realização de IPO de todas as controladas e co-controladas operacionais do conglomerado.

"Qualquer uma delas poderá vir a ser capitalizada, conforme necessidade específica do negócio, sendo que as mesmas poderão ocorrer em paralelo ao processo de reorganização das Companhias", disse a Cosan.

O IPO da Raízen não é a primeira ação da controladora. Em 2020, foi anunciada a abertura de capital da Compass Gás e Energia, controlada pelo grupo, mas o IPO acabou sendo suspenso.

- Veja os comunicados na íntegra

Atualmente a Raízen está igualmente dividida entre Cosan e Royal Dutch Shell (a Shell) e atua em dois modelos de negócio: energia e combustíveis.