A empresa AES Tietê anunciou em 2 de dezembro que foi concluída a compra do complexo eólico Ventus que pertencia à J. Malucelli Energia. O valor da aquisição foi de R$ 650 milhões, "a ser ajustado conforme a variação de capital de giro e dívida líquida do Complexo Eólico Ventus em relação ao balanço-base da transação", diz o documento divulgado.

Do total de R$ 650 milhões, 51% já foram pagos pela AES Brasil no dia 2 de dezembro e os outros 49% serão garantidos após 5 meses. Além disso, também soma-se ao total da aquisição um valor de R$ 183 milhões referente à assunção da dívida líquida do projeto, registrada no fim de outubro deste ano.

O novo projeto da AES Tietê fica em uma das regiões mais ricas em recurso eólico do Brasil, localizando-se no Rio Grande do Norte, costa da região Nordeste.

"Com a conclusão da Operação a AES Brasil passa a contar com uma capacidade instalada de 3,9 GW do seu portfólio 100% renovável. Este Projeto está alinhado à nossa estratégia de crescimento e diversificação e a l criação de um novo cluster eólico no Rio Grande do Norte", conta a empresa pelo fato relevante divulgado.

Ações em alta

A AES Tietê está listada na bolsa com as ações ordinária (TIET3) e preferencial (TIET4), sendo que a empresa também é dona da unit TIET11.

Fato é que, após divulgar o fato relevante sobre a aquisição do complexo eólico Ventus em 2 de dezembro, as ações da AES Tietê entraram em alta na bolsa de valores brasileira (B3). Desde então, as ações que compõem a unit TIET11 tiveram valorização de 3,47% e estavam sendo cotadas por cerca de R$ 16,40 no fim do pregão de sexta-feira, 4 de dezembro.

Terceiro trimestre da AES Tietê

A AES Brasil registrou um lucro líquido de R$ 51,1 milhões no terceiro trimestre do ano (3T20), o que significa uma retração de 47% quando comparado com esse período de 2019. De outro lado, há uma alta anual de 26,1% no lucro líquido acumulado de 2020 que ficou em R$ 245,4 milhões.

A receita líquida da empresa de energia renovável ficou em R$ 509 milhões no 3T20, não muito distante dos R$ 510 milhões registrados em um ano antes.

O Ebitda atingiu R$ 311,7 milhões no 3T20, sendo um crescimento de 22,3% frente ao terceiro trimestre de 2019.

Em 25 de novembro, a empresa distribuiu aos acionistas o valor de R$ 65,1 milhões em dividendos intermediários referentes ao 3T20. Com isso, o payout ficou em 127% e o dividend yield atingiu 7,2% considerando os últimos 12 meses.

No fim do 3T20, em setembro, a empresa tinha uma dívida líquida de R$ 2,8 bilhões, o que representa uma queda de 4,8% frente a esse período do ano anterior. Entretanto, conforme é explicado pelo relatório, "a dívida bruta consolidada da AES Tietê encerrou 30 de setembro de 2020 em R$ 4,8 bilhões, 12,8% superior à posição de dívida bruta do mesmo período de 2019 (R$ 4,3 bilhões) especialmente em função da captação de R$ 500 milhões através da 4ª, 5ª e 6ª emissões de notas promissórias, no segundo trimestre deste ano, para fazer frente ao possível cenário de stress acarretado pela pandemia de Covid-19.

- Veja o 3T20 da AES Tietê na íntegra.