Depois de registrar uma queda significativa em seu preço entre o fim da semana passada e o início dessa semana, o bitcoin (BTC) está de volta a faixa dos US$ 37 mil nessa quarta-feira, 26 de janeiro. O valor ainda é bem mais baixo do que o registrado há exatos 30 dias, quando a criptomoeda estava valendo US$ 50 mil. Ainda assim, a nova subida deixa investidores respirando com um pouco mais de fôlego novamente.

Comparado com o recorde alcançado no fim de 2021, quando chegou a faixa dos US$ 67 mil, a principal criptomoeda chegou a registrar uma redução de 50% e agora está um pouco acima disso. Mas a verdade é que 2022 não está sendo um ano muito positivo para as criptos, pelo menos até aqui.

No caso do bitcoin, os últimos 26 dias somam juntos uma queda de 25,32%. A mais severa delas se deu na segunda-feira, dia 24, quando a cotação da moeda chegou aos US$ 33,4 mil. Mas o que está acontecendo? Por que essas novas quedas aconteceram? Entenda abaixo.

Novas restrições

Uma das principais razões para essas quedas registradas há alguns duas está em novas restrições que estão sendo discutidas por governos mundo afora, entre eles o da Rússia, que na última quinta-feira, dia 20, propôs a proibição da mineração e do uso de criptomoedas. O projeto, apresentado pelo banco central do país ainda não foi aprovado, mas só o surgimento da discussão já foi o suficiente para abalar o mercado.

Um dos argumentos utilizados pelo país é o de que essas moedas digitais podem representar uma ameaça à estabilidade financeira do país. Mas a Rússia não é a única a pensar dessa forma. No fim de 2021 a Índia também anunciou que estaria elaborando um projeto de regulação dos ativos.

Aumento das taxas de juros podem ter relação

Outro ponto que pode estar impactando no preço das criptomoedas é o movimento de procura por ativos mais seguros em meio às elevações das taxas de juros que estão sendo vistas como uma tendência para 2022, inclusive em economias como a dos Estados Unidos. Nesse cenário, os títulos públicos, que são muito mais seguros, se tornam mais atrativos e ocorre essa migração.

FMI exige que El Salvador deixe de ter o BTC como moeda oficial

Outra notícia recente e impactante, que ainda pode ter reflexoes no preço do bitcoin, é que o conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) exigiu nessa terça-feira, dia 25, que El Salvador deixe de usar o bitcoin (BTC) como uma das moedas oficiais do país. Segundo o órgão essa liberdade traz riscos financeiros e para a economia do país e para os consumidores, além da criação de novos passivos contingentes fiscais.

El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal em setembro de 2021 e seu presidente, Nayib Bukele, se tornou um defensor público da criptomoeda. O país vem acumulando a criptomoeda e recentemente comprou 410 BTC, alcançando mais de 1.500 BTC no total detido no Tesouro - o que corresponde a US$ 56.906.550 milhões.

Além disso, El Salvador também planeja emitir em 2022 títulos públicos de US$ 1 bilhão lastreados em Bitcoin, com duração de 10 anos e denominados em dólares americanos.

Onda de otimismo

Apesar desses acontecimentos, essas novas altas registradas nessa quarta-feira, dia 26, se devem, segundo os especialistas, a uma onda de otimismo, motivada principalmente pela reunião do Federal Reserve (FED) dos EUA, que acontece hoje.

Assim, essa elevação pode indicar que o mercado já absorveu impactos fortes, como o de altas nas taxas de juros em 2022. Ainda assim, os especialistas recomendam cautela.