Nas últimas semanas a China vem adotando medidas que restringem cada vez mais a presença, a mineração e o uso de criptomoedas no país, especialmente o Bitcoin (BTC). Como resultado, desde o início de maio várias criptomoedas vêm sofrendo quedas em seus preços e isso voltou a acontecer nessa semana.

Nessa segunda-feira, dia 21 de junho, autoridades chinesas bloquearem algumas das principais minas de Bitcoin na província de Sichuan. A mineração do Bitcoin é feita através de computadores que resolvem problemas matemáticos complexos. Até recentemente a maior parte da mineração de BTC registrada em todo o mundo estava na China.

O problema é que essa mineração através de máquinas super potentes eleva o consumo de energia, o que é prejudicial para o meio ambiente. A China vinha ganhando muitos mineradores pois conta com uma abundância de eletricidade barata. Porém, os níveis de poluição em função dessa mineração vinham aumentando significativamente por lá, o que contribuiu para que o governo chinês tomasse essas decisões de proibições.

Para os investidores, porém, as consequências não vêm sendo boas. O Bitcoin vem registrando quedas significativas e junto com ele outras criptomoedas acabam sendo afetadas. O mesmo vale para outros tipos de investimentos atrelados a elas, como os ETFs e Fundos de Investimentos, modalidades disponíveis para os brasileiros.

Abaixo veja como estão hoje os preços desses principais ativos.

Bitcoin

A principal criptomoeda do mercado encerra a tarde dessa terça-feira, dia 22 de junho, custando US$ 32,5 mil, porém, na manhã de hoje, por volta das 10h45, a moeda digital chegou a casa dos US$ 29,4 mil, um de seus preços mais baixos nos últimos 6 meses.

Na metade do mês de abril, a criptomoeda chegou a custar US$ 64 mil, o que representou uma alta de mais de 700% em um ano. Desse ponto até o registrado nessa segunda-feira, dia 21 de junho, porém, o ativo já teve uma queda de mais de 50% em seu preço.

A queda do ativo se deu principalmente pelas notícias vindas da China, mas também coincidiu com manifestações do CEO da Tesla, Elon Musk, que chegou a aceitar o BTC em transações da Tesla, mas suspendeu essa opção alegando os altos níveis de poluição causados pela cripto, o que iria contra os valores da Tesla, uma montadora de carros elétricos.

Ethereum

Na onda do Bitcoin, o Ethereum, considerada a prata das criptomoedas, por ser a segunda com o maior valor de mercado, também sofreu impactos nas últimas semanas. Na primeira quinzena de maio, quando o BTC registrou as primeiras quedas significativas, o ETH até chegou a registrar uma leve alta, logo depois, porém, o preço também começou a reduzir.

Nessa terça-feira, dia 22 de junho, ao fim da tarde, a cripto estava custando US$ 1,9 mil. Mais cedo, porém, ainda na parte da manhã, a moeda teve um movimento de queda mais fortechegando aos US$ 1,7 mil.

No dia 12 de maio, quando a moeda esteve em seu ponto mais alto da história, o preço do Ethereum chegou a ser de mais de US$ 4,1 mil. No último mês, porém, seus preços mais altos estiveram na faixa dos US$ 2,8 mil.

Dogecoin

Apesar de ser a cripto do momento, o Dogecoin - que iniciou sua história como um meme - também vem sofrendo quedas em seu preço. No fim da tarde de hoje, 22 de junho, o ativo estava custando US$ 0,19, bem abaixo dos US$ 0,73 que chegou a resgistrar no dia 7 de maio.

O Dogecoin teve uma alta muito significativa no início do mês passado também em função de postagens feitas por Elon Musk em sua conta no Twitter. Na época, Musk anunciava uma viagem espacial, organizada pela empresa SpaceX (da qual também é CEO) e que seria financiada com a criptomoeda.

Isso se deu na mesma época em que Musk paralisou as transações com BTC na Tesla por causa da poluição, o que resultou em uma grande reviravolta. Enquanto o Bitcoin registrava as primeiras quedas, o Dogecoin passava pelo maior aumento de sua história, empolgando vários entusiastas das criptomoedas.

Recentemente uma outra notícia afetou o Dogecoin também: o meme "Doge", a icônica imagem de um cachorro shiba inu que originou a criptomoeda Dogecoin, foi leiloado como um NFT (token não fungível). Isso aconteceu no dia 11 de junho.

Com o lance vencedor de cerca de US$ 4 milhões, a piada da internet se tornou a mais cara já vendida até hoje na forma de um ativo digital. O NFT foi criado pelo japonês Atsuko Sato, o dono original da shiba inu, chamada Kabosu. Ela se tronou marca registrada da criptomoeda, que surgiu como uma sátira do Bitcoin.

HASH11

Atrelado às principais criptomoedas, em especial o Bitcoin, o ETF de criptos HASH11 também merece um destaque. Ele estreou na bolsa no dia 22 de abril e seu preço do IPO foi de R$ 50,00. No fim da tarde dessa terça-feira, dia 22 de junho, porém, ele estava custando R$ 28,51 cada, o que representa uma queda de quase 50%.

Recentemente o índice que norteia o ETF chegou a passar por um rebalanceamento que afetou o ativo. No dia do anúncio desse rebalanceamento, o HASH11 chegou a registrar uma alta de quase 4%. No entanto, depois disso voltou a cair.

Hoje a lista de criptomoedas que fazem parte do portfólio do HASH11 e a representação de cada uma delas dentro do ativo é a seguinte:

  • Bitcoin (80,37%)
  • Ethereum (16,35%)
  • Litecoin (1,19%)
  • Chainlink (0,94%)
  • Bitcoin Cash (0,64%)
  • Stellar Lumens (0,50%)
  • Filecoin (0,64%)
  • Uniswap (0,90%)

QBTC11 estreia nessa quarta-feira

Mas em meio a todo esse momento de queda vivido pelas criptomoedas, tem previsão de estrear na bolsa nessa quarta-feira, dia 23 de junho, o QBTC11, outro ETF de criptomoedas, mas nesse caso com exposição 100% ao Bitcoin.

As expectativas são grandes pra esse que é o primeiro ETF de Bitcoin da América Latina. ele é gerido pela QR Capital e foi aprovado pela CVM em março de 2021. Os pedidos de subscrição de cotas iniciaram na segunda-feira passada, dia 14 e foram até sexta-feira, dia 18. Nessa terça-feira, dia 22, ocorreu a liquidação financeira da primeira emissão.

Especialistas estão divididos

Com todos esses acontecimentos, os especialistas em criptomoedas estão divididos. De um lado há aqueles que acreditam que o Bitcoin não deve se recuperar de forma tão significativa novamente e que outras criptomoedas podem passá-lo em valor de mercado muito em breve.

De outro há aqueles que veem o cenário com mais positividade, mostrando que as oscilações fazem parte do histórico da moeda digital e que depois de fortes quedas são comuns grandes altas também.

O que a maioria concorda, porém, é que as criptomoedas vieram para ficar e que ainda que elas oscilem, elas deverão continuar sendo vistas por aí como opções de investimento.