Na última quarta-feira, 22 de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade, a venda da rede de farmácias Extrafarma para a Pague Menos. Entretanto, há algumas restrições que incluem a venda de 8 lojas no Nordeste do Brasil.

De acordo com o relator do caso, Gustavo Augusto Freitas de Lima, "o simples desinvestimento não é suficiente por si só", explicou ele em seu voto em sessão do Cade. "O desinvestimento somente faz sentido se os pontos forem vendidos para redes regionais, redes nacionais ou associação de farmácias", explica.

Segundo lima, a venda dos ativos está sendo firmada para a rede Bruno Farma, e o negócio vai ser acertado em até 180 dias. Se o prazo for superado, um trustee deve se encarregar pelo desinvestimento.

Detalhes da negociação de venda da Extrafarma

Em comunicado, o grupo Ultrapar, que está vendendo a Extrafarma, afirmou que a determinação da venda das lojas não muda o valor do negócio acertado com a Pague Menos, que calcula o valor do negócio em R$ 700 milhões. A Ultrapar afirma que estima finalizar a venda da Extrafarma no dia 1º de agosto.

Durante o mês de maio, a superintendência do Cade já tinha recomendado a aprovação da venda para a Pague Menos, um ano depois do anúncio do negócio. Na ocasião, a superintendência recomendou a venda de 3% da rede, de forma a acabar com os receios relativos à concorrência em algumas áreas no Nordeste.

A compra da Extrafarma vai fazer da Pague Menos, a segunda maior rede de farmácias do Brasil. Assim, a companhia vai ficar atrás apenas da Raia Drogasil. Há anos, ela tem feito a campanha de abertura de lojas pelo país.

Atualmente, a Pague Menos, fundada no início da década de 1980, é a 3ª maior, atrás da Drogaria São Paulo. A compra deve elevar em mais de 1/3 o número de lojas da Pague Menos, que tem como acionista, a gestora de private equity General Atlantic, para em torno de 1.500, e reforçar sua presença nas regiões Norte e Nordeste do país.