A CSN Cimentos, braço do Grupo CSN (CSNA3), assinou em 9 de setembro um contrato para aquisição de 100% das operações da LafargeHolcim no Brasil por um valor de US$ 1,025 bilhão. Segundo o documento divulgado na manhã de hoje (10), o controlador CSN será garantidor das obrigações firmadas.

Essa é mais uma aquisição feita este ano por meio da CSN Cimentos, que é a responsável por operar as atividades de fabricação e venda de cimento do Grupo. Em 29 de junho, foi anunciada compra junto a uma indústria nordestina, a Elizabeth. Em negociação avaliada em R$ 1,08 bilhão, foram compradas as linhas Elizabeth Cimentos e a Elizabeth Mineração, do Fundo Farallon Capital. Com a conclusão da operação, é esperado que a CSN Cimentos consiga aumentar sua capacidade produtiva em 1,3 milhão de toneladas do produto por ano.

LafargeHolcim Brasil expandirá produção da CSN Cimentos em 10,3 MTPA

Após o fechamento da negociação, as operações da LafargeHolcim Brasil trarão à CSN Cimentos uma produção adicional de 10,3 milhões de toneladas de cimento por ano (MTPA), isso por meio de fábricas instaladas em locais estratégicos nas regiões sudeste, nordeste e centro-oeste do país. Além disso, a futura adquirida ainda conta com reservas de calcário e unidades de concretos e agregados.

O pagamento da LafargeHolcim Brasil foi avaliado em US$ 1,025 bilhão e envolve pagamento em caixa, mas o valor pode sofrer ajustes até o término da negociação. Além de ainda depender de ajustes naturais a esse tipo de operação, a aquisição da empresa só será finalizada após a análise e a aprovação do órgão regulador de concorrência, o Cade.

"São esperadas relevantes sinergias operacionais, logísticas, de gestão e comerciais, com espaço para evolução de mix de produtos e expansão da base de clientes. Este movimento se insere na estratégia de expansão da CSN Cimentos em meio à recuperação do consumo de cimento no Brasil, demonstrando a capacidade da empresa de assumir papel de destaque no setor", disse o Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores do Grupo CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, em documento oficial datado de 10 de setembro.

Com a injeção dos 10,3 milhões de toneladas por ano pela LafargeHolcim Brasil, a capacidade produtiva da CSN Cimentos chegará a 16,3 MTPA ao todo. Assim, a empresa vem ainda mais incorpada em meio aos preparativos da oferta pública inicial de ações (IPO), cujo pedido está sendo analisado pela Comissão de Valores Mobiliários desde maio deste ano.

Ações da CSN (CSNA3) em alta na B3

Em meio ao anúncio da aquisição da LafargeHolcim Brasil, o Grupo CSN vê suas ações sendo negociadas em alta na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A CSNA3 estava cotada a R$ 34,56 por volta das 12h32min nesta sexta-feira, 10 de setembro, com salto de 1,05%.

CSN Cimentos prepara IPO

Em 17 de maio de 2021, foi protocolado junto à CVM um pedido de registro de IPO (sigla para "initial public offering") da CSN Cimentos. Essa operação é feita quando a empresa deseja ter ações negociadas na bolsa de valores e levantar recursos.

Ainda em fase inicial, o IPO da CSN Cimentos encontra-se em análise na CVM e foram contratados como coordenadores da operação as instituições financeiras BTG Pactual, Citi, Banco Safra e XP Investimentos.

Segundo o documento enviado à CVM, o IPO da CSN Cimentos contará apenas com distribuição primária, na qual a venda de ações resulta em recursos aos cofres da empresa. Assim, o braço de cimentos do Grupo CSN receberá todo o dinheiro levantado na operação.

Para ir à B3, as ações, do tipo ordinária (ON) da CSN Cimentos serão listadas no chamado Nível 2 da Bolsa.

A CSN Cimentos "pretende utilizar os recursos líquidos que estima receber com a Oferta [inclusive os resultantes da eventual distribuição das Ações Adicionais e das Ações Suplementares] integralmente para fazer frente à parte dos recursos necessários à execução de seus projetos de expansão", explica o documento do IPO divulgado em maio.