A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou a informação de que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 2,74% no mês de agosto de 2020, o que é um resultado maior do que o registrado no mês anterior, em julho, quando o índice subiu 2,23%. Agora, o acumulado de 2020 soma 9,64% e nos últimos 12 meses a alta chega a 13,02%.

Esse aumento do IGP-M expressa, de forma geral, a inflação em meio à desvalorização da moeda brasileira durante a pandemia, período em que a maioria dos setores econômicos também sentiram impactos negativos.

Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou alta de 3,74% em agosto frente os 3% do mês anterior. Calculado pela FGV, esse índice indica a performance dos preços de produtos agropecuários e industriais durante as transações primárias, que acontecem entre as empresas antes da chegada ao consumidor final.

"Entre as matérias-primas brutas, o destaque foi o minério de ferro, que subiu 10,82% e respondeu por quase 30% do resultado do IPA. Já entre os bens intermediários, a principal influência partiu dos materiais para a manufatura, cuja taxa passou de 0,84% para 2,66%. Por fim, entre os bens finais, vale destacar a aceleração da taxa dos alimentos in natura, a qual passou de -14,63% para -4,28%", explicou o coordenador dos Índices de Preços, André Braz.

E o que é o IGP-M?

IGP-M é uma sigla para Índice Geral de Preços do Mercado que indica a inflação incidente para a população, considerando de forma geral os preços de bens e serviços e também a performance dos preços das matérias-primas usadas na produção agrícola, industrial e na construção civil.

Ficando um pouco longe do indicador do mercado, o IGP-M é um importante índice de escala macro usado para várias análises dos mais diversos setores econômicos do país, pois afeta:

  • Empresas de telefonia e de energia elétrica: sendo incluído nas análises para mostrar os reajustes tarifários de ambos setores;
  • Prestadoras de serviços diversos, como de educação e saúde: funcionando como indexador de contratos;
  • Setor Imobiliário: funcionando como uma ferramenta para o reajuste de contratos de aluguel. Por esse motivo, o IGP-M ficou conhecido no mercado como a "inflação do aluguel".

O IGP-M é calculado e divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV), sendo resultado da média ponderada do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).