O Brasil se tornou um ótimo lugar para as startups unicórnio - aquelas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. Nesse contexto, o país está ganhando protagonismo regional. Inclusive, é, atualmente, a nação com o maior número de unicórnios da América Latina.

De acordo com um relatório da plataforma brasileira Sling Hub, a América Latina tem mais de 40 empresas com esse perfil, e o Brasil é o líder. Em suma, os empreendimentos de base tecnológica chegam a faturar US$ 1 bilhão no mercado antes de ingressarem na bolsa de valores, por exemplo.

E assim, segundo o levantamento da Olivia, consultoria que tem foco nos processos de transformação organizacional, há um novo movimento surgindo: o "decacórnio". Ou seja, as empresas de capital privado avaliadas em US$ 10 bilhões. Abaixo, confira os detalhes.

Era dos Decacórnios: Brasil lidera ranking de unicórnios

Com mais de 48 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, as empresas como o Mercado Livre e o Nubank, integram esse grupo e possuem receitas bilionárias. O fenômeno vem alterando o perfil de transações de fusões e aquisições, pois se tratam de empresas de histórico recente geradas nos contextos da nova economia.

De acordo com um estudo realizado com 74 executivos de companhias localizadas em 8 estados do Brasil, 35% dos profissionais responderam que tinham participado de processos de fusões e aquisições nos últimos três anos.

Desse total, 24% o fizeram nos últimos 12 meses. Apesar dos dados confirmarem o alto ritmo das transações no Brasil, o estudo aponta algumas falhas no processo de integração entre as companhias.

Conforme Reynaldo Naves, managing partner da Olivia Brasil,

"Para 74% dos respondentes, a estratégia de integração foi única e clara. No entanto, na maioria dos casos (66%) a cultura predominante passou a ser a da empresa compradora. Já é um avanço pois há um movimento de reconhecimento de que o cliente está no centro da decisão e da cultura, independente de quem é comprador ou comprado!".

Ademais, a pesquisa aponta ainda, que entre os grandes motivos das transações, estão a entrada em novos mercados (42%), o aumento da base de clientes (19%), bem como a incorporação de nova tecnologia (8%), know-how (8%) e talentos (2%).

Além disso, o fator da crise da pandemia aumentou a oportunidade de inovações e de novos produtos e serviços, que focam no novo consumidor pós-pandemia. E assim, o contexto de M&A aponta essa tendência de novas empresas unicórnios mudarem de lado da mesa de negociações e partirem para compras.