Nesta metade do mês de fevereiro de 2021, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), informou que as taxas de juros do cartão de crédito e do cheque especial obtiveram alta pelo segundo mês consecutivo. A partir disso, muitos consumidores devem buscar novas alternativas para crédito. Confira aqui, como migrar sua dívida para taxas mais em conta.

Sobre a portabilidade

De acordo com um estudo realizado pela associação de Defesa do Consumidor Proteste, as taxas de juros dos cartões de crédito são as mais altas do mercado. Dessa forma, caso tenha adquirido uma dívida nessa modalidade, você pode fazer uma portabilidade de crédito, ou seja, pode transferir sua conta para outra modalidade, ou até mesmo, para outro banco que tenha taxas menores.

Esse processo de portabilidade significa transferir uma dívida de empréstimo de um banco para outro. Esse procedimento pode ser solicitado a qualquer momento, caso o contratante não aceite a qualidade do atendimento, ou as taxas de juros.

De acordo com o economista Alexandre Prado:

"Qualquer tipo de empréstimo ou financiamento entra no leque da portabilidade de crédito: cheque especial, crédito consignado, crédito pessoal, financiamento de veículo ou imóvel, entre outros".

Dessa forma, caso você tenha a possibilidade, pode migrar sua dívida para outro banco que possua condições mais atrativas.

Como migrar sua dívida?

Antes de mais nada, é importante elencar as dívidas, e realizar uma pesquisa de mercado, comparando as condições existentes no mercado, e conhecer todas as tarifas e taxas de cada banco. Em seguida, deve ser feito o contato com o banco escolhido, e realizar uma proposta de portabilidade.

Vale ressaltar, que a maneira mais completa de fazer a solicitação, é solicitando todas as informações sobre a dívida, para a instituição atual. Só assim, você irá descobrir se a portabilidade realmente vale a pena.

Abaixo, seguem alguns dados que o devedor deve ter em mãos:

  1. Número do contrato;
  2. Saldo devedor atual;
  3. Demonstrativo da evolução do saldo devedor;
  4. Sistema de pagamento;
  5. Modalidade de crédito;
  6. Taxa de juros anual (nominal e efetiva);
  7. Valor de cada prestação (valor principal e encargos);
  8. Prazo total e remanescente; e
  9. Data do último vencimento da operação.

Sobre as taxas de juros

Só em janeiro de 2021, a taxa de juros média geral para quem é pessoa física aumentou 0,05% - o que equivale a 1,09% ao ano. Dessa forma, o valor atual foi para 5,61% ao mês - e 92,51% ao ano. Esse é o maior patamar desde julho de 2020.

Esse aumento pode ter sido ocasionado pelo aumento de juros futuros, pela projeção de novos aumentos na taxa Selic diante de uma inflação maior. Além disso, existe uma previsão de que aumente o número de inadimplentes, de acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente de pesquisas da Anefac.

Existe ainda, a expectativa que esse aumento sobre a taxa de juros siga subindo.