A Fitch Ratings, empresa de análise financeira, classificou pela primeira vez a Intelbras S.A. (INTB3) com o rating AA-(bra) de longo prazo. A Fitch enalteceu a posição sólida e estável da empresa no mercado brasileiro de venda de equipamentos eletrônicos para segurança, comunicação e energia.

A Intelbras possui uma variedade de produtos em seu portfólio, o que ajuda a reduzir flutuações nas margens de lucro e a gerar caixa de forma consistente. Além disso, a empresa apresenta baixa alavancagem financeira e possui liquidez robusta, o que é um ponto favorável em sua avaliação, disse a agência.

Ainda assim, alguns desafios como a possibilidade de seus produtos se tornarem obsoletos e sua rentabilidade ser afetada por mudanças nas taxas de câmbio e nos preços das matérias-primas pode prejudicar a empresa. Sem falar na concorrência de grandes players globais, que podem impactar sua competitividade e rentabilidade.

Os principais fundamentos do rating da Intelbras estão relacionados à sua posição de destaque no setor, com um portfólio diversificado, uma marca reconhecida e uma base sólida de vendas em todo o país.

A Intelbras espera enfrentar competição no segmento de comunicação e uma retração em seu negócio de energia solar, mas, ao mesmo tempo, prevê um bom desempenho no segmento de segurança.

A expectativa da Fitch Ratings é que a empresa seja capaz de manter suas margens de lucro em torno de 13% a 14%. A Intelbras tem o desafio de expandir seus negócios através de crescimento orgânico e pequenas aquisições sem comprometer sua rentabilidade.

A Fitch acredita que a Intelbras terá um bom desempenho no mercado, com aumento na receita nos segmentos de segurança e comunicação, e uma queda no setor de energia. A margem bruta também deve se manter estável. A empresa planeja investir R$ 370 milhões nos próximos dois anos e não há previsão de aquisições significativas.

Em relação aos dividendos, espera-se que sejam pagos 37% do lucro líquido em 2023 e 30% em 2024.

Sobre a dívida de R$ 1,1 bilhão, a agência considera o caixa líquido atual importante para momentos de maior pressão sobre a empresa. Atualmente são R$ 511 milhões em emissão de debêntures, R$ 374 milhões em dívida com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 142 milhões por aquisição de empresas, enquanto o caixa e as aplicações financeiras totalizavam R$ 1,3 bilhão. A dívida de curto prazo é pequena, de apenas R$ 234 milhões.

Os papeis de INTB3 negociam a R$ 22,30 nesta terça-feira, 12 de setembro. São 327 milhões de papeis que a empresa possui.

As principais premissas da Fitch para o cenário de rating da Intelbras incluem:

  • Variação da receita líquida de 15,1% no segmento de segurança, de 16,7% em
    comunicação e de -30% em energia, em 2023, com 10%, 10% e 70%, respectivamente, em 2024;
  • Margem bruta de 30,5% em 2023, e de 27,8% em 2024;
  • Investimentos de R$ 370 milhões no biênio 2023-2024 e ausência de novas aquisições relevantes;
  • Pagamento de dividendos de 37% do lucro líquido em 2023 e de 30% em 2024.

Em 2022, a Intelbras lucrou R$ 480 milhões no ano. Em 2023, no primeiro semestre, o lucro já é de R$ 249 milhões.