O Tesouro Direto é uma boa escolha para a grande maioria dos investidores que buscam formas seguras e rentáveis de guardar (e fazer render) aquele suado dinheiro. Entretanto, esta plataforma de investimento ainda é pouco divulgada e quase não conhecida pela população em geral, principalmente se comparada a outros meios, como a caderneta de poupança, por exemplo.

Pensando nisso, iremos explicar neste artigo tudo o que você precisa saber para investir no Tesouro Direto. O que ele é, como funciona e qual o melhor caminho para você começar a montar um plano de previdência nessa boa plataforma de investimento.

O que é o Tesouro Direto?

Tesouro Direto é o programa do Tesouro Nacional que oferece títulos do governo de um jeito bastante simples, prático e seguro. Mas o que isso significa? Significa que você está emprestando dinheiro para o governo por uma taxa anual e vencimento já pré-definidos. Alguns títulos são pré-fixados, onde você já sabe quanto vai receber no vencimento e outros são pós-fixados, atrelados normalmente a SELIC e ao IPCA, que variam no decorrer do tempo.

Mesmo investidores com pouco dinheiro e com baixa experiência no ramo podem conseguir retornos interessantes para seus objetivos. Ele foi implementado lá em 7 de janeiro de 2002, há quase 20 anos.

A partir da implantação do Tesouro Direto, os poupadores ganharam uma forma alternativa e democrática de aplicação dos seus recursos com rentabilidade e segurança garantida pelo governo federal. Além disso, os investidores se beneficiam de poder administrar diretamente seus próprios recursos, adequando os prazos e indexadores dos títulos aos seus interesses, pois até então, pessoas físicas só podiam investir em títulos públicos indiretamente através de fundos de investimentos.

Quais as modalidades de compra do Tesouro Direto?

Existem três formas de você comprar títulos do governo:

1. A primeira é a compra direta pelo site do Tesouro. O investidor, com sua senha pessoal, acessa o ambiente restrito do site e por ali, realiza as negociações. Vale lembrar que, mesmo que as operações sejam feitas através do site direto do Tesouro Nacional é necessário que o investidor possua conta ativa em algum Agente de Custódia autorizado a operar em títulos públicos federais pelo programa do Tesouro Direto.

2. A segunda é a compra dos títulos federais realizada por meio de um Agente de Custódia (bancos ou corretoras). Nesta ocasião, o comprador autoriza o Agente a realizar transações e negociações de compra e venda de títulos em seu nome.

3. A última é a compra dos títulos feita diretamente no site do Agente de Custódia. Alguns bancos e corretoras habilitados integram seus sites ao Tesouro Direto. Com isso, as negociações de títulos podem ser feitas no próprio site da instituição, em tempo real, com as mesmas taxas e preços do Tesouro Direto.

Vale lembrar que, após a confirmação das negociações, não é possível solicitar o cancelamento. Então, pense bem antes de escolher seu título.

Tesouro Direto apresenta rentabilidade maior do que a caderneta de poupança. (Foto:Reprodução)
Tesouro Direto apresenta rentabilidade maior do que a caderneta de poupança. (Foto: Reprodução)

O investimento é feito sempre um dia após a data da compra (o chamado D+1) e os recursos devem estar disponíveis na conta do Agente. Os títulos comprados devem ser pagos com recursos alocados (sem alavancagem) do Agente de Custódia. Caso os recursos não estejam na conta até a data-limite, a compra não é finalizada.

Com R$ 30 já é possível comprar títulos do Tesouro

Aí muitos se perguntam: "Mas eu tenho pouco dinheiro, não consigo investir". O Tesouro aceita compras na fração um centésimo (0,01) de um título público (que tem valores definidos diariamente) desde que não seja inferior a R$ 30,00.

O limite mínimo de compra por investidor é de R$ 30,00 e o máximo é de R$ 1 milhão por mês. Não há limites no que diz respeito à manutenção de estoque de títulos públicos. Isso significa que o investidor pode acumular o valor referente à aquisição do limite máximo de R$ 1 milhão por mês.

Quais as vantagens de investir no Tesouro Direto?

  1. Excelente opção em termos de rentabilidade (acima da poupança);
  2. Taxas de custódia muito baixas;
  3. Possibilidade de diversificar investimento, obtendo variadas rentabilidades, como pós-fixadas (pela taxa básica da economia), prefixadas e remuneradas por índices e preços como o IPCA (inflação);
  4. Opção de previdência (longo prazo), ao optar por títulos remunerados por índices de preços, obtendo rentabilidade real significativa no fim do período;
  5. Garantido pelo Tesouro Nacional, talvez a maior garantia que há em qualquer patrimônio;
  6. O investidor tem maior poder de tomada de decisão e controle de seu patrimônio.

Quais as desvantagens do Tesouro Direto

  • 1. Liquidez: Diferentemente da poupança, onde o seu dinheiro está sempre disponível, no Tesouro Direto os seus recursos sempre são depositados no dia seguinte (D+1);
  • 2. Prazo: Os títulos de menor prazo envolvem 3 anos. Ou seja, você até PODE vender seu título antes, não há carência para tal, mas para garantir a rentabilidade contratada, deverá esperar o vencimento.
  • 3. A oscilação de preços pode fazer com que uma venda antecipada não tenha rendimentos. Mas ela pode também ter efeito contrário e aumentar seu rendimento, dependendo da taxa contratada e da taxa vigente no dia da possível venda.
  • 4. Há incidência da cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos. A tabela de IR que incide sobre os rendimentos do Tesouro Direto atualmente é: - Até 180 dias - 22,5%
    - de 181 a 360 dias - 20%
    - De 360 a 720 dias - 17,5%
    - Acima de 721 dias - 15%

Quais os títulos disponíveis no Tesouro Direto?

Dentre a vasta oferta de títulos negociados hoje, temos:

  1. Tesouro Prefixado: Títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no momento da compra. Você sabe antes de fazer a operação, quanto vai ganhar até o vencimento.
  2. Tesouro Selic: Títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia brasileira (taxa média das operações diárias com títulos públicos registrados no sistema SELIC).
  3. Tesouro IPCA+ com juros semestrais: Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA (inflação), acrescida de juros definidos no momento da compra. Ideal para formar poupança de médio e longo prazo, garantindo seu poder de compra. Paga juros semestrais.
  4. Tesouro IPCA: Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Não há pagamento de cupom de juros semestral e é ideal para formar poupança de médio e longo prazo, garantindo seu poder de compra.
  5. Tesouro prefixado com juros semestrais: Título com rentabilidade prefixada, definida no momento da compra. Paga juros semestrais.

As taxas negociadas diariamente para investir no Tesouro Direto podem ser conferidas no site do Tesouro.

As compras de títulos realizadas estão sujeitas ainda ao pagamento de taxas de serviço. São 2 as taxas cobradas no Tesouro Direto por ano, a Taxa de custódia da B3 sobre o valor dos títulos, referente aos serviços de guarda dos títulos e às informações e movimentações dos saldos, que é cobrada semestralmente, no primeiro dia útil de janeiro e de julho, ou na ocorrência de um evento de custódia (pagamento de juros, venda ou vencimento do título), o que ocorrer primeiro.

Essa taxa é cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor mantiver o título, e é calculada até o saldo de R$ 1.500.000,00 por conta de custódia. A partir de 1º de janeiro de 2019, a taxa de custódia no Tesouro Direto passou de 0,30% para 0,25% ao ano.