Com a proximidade do fim de ano, as contas tradicionais desse período vêm com tudo. Inclusive, com reajustes. Exemplo disso, são as mensalidades escolares das escolas particulares, que já anunciaram os reajustes para 2022. E assim, diferente do que aconteceu no ano passado, quando a maioria das empresas segurou os preços, as novas altas devem acompanhar a disparada da inflação no Brasil.

De acordo com um levantamento da consultoria Meira Fernandes, especializada em gestão de instituições de ensino, 90,9% das escolas particulares querem elevar o valor da mensalidade em 2022. E na maioria dos colégios, o reajuste vai ser de no mínimo 7%. A pesquisa foi feita em novembro em 5 estados.

Em suma, a maior parte dos colégios (53%) vai aumentar a mensalidade escolar entre 7% e 10%. Enquanto isso, uma parcela de 7,6% disse que vai aplicar um aumento entre 10% e 11%, enquanto 9,1% vai elevar a mensalidade em 12% ou mais.

Mensalidade escolar pode subir mais de 12%

De acrodo com Mabely Meira Fernandes, responsável pelo estudo, "Obviamente, a inflação é um fator determinante. Em 2021, teve escola que bancou a alta nos custos para não perder alunos. E agora a fatura chegou. Não tem mais como as escolas segurarem os preços".

Ademais, não existe um teto para o reajuste. Sendo assim, cada escola pode escolher para definir as mensalidades. A Lei nº 9.870 diz apenas que o novo valor deve corresponder às despesas da escola e só poderá ser feito uma vez a cada 12 meses.

Além disso, não há uma expectativa de órgãos públicos sobre a média dos reajustes. Entretanto, os representantes do setor citam que a tendência é que a inflação na casa de dois dígitos seja repassada para os preços das mensalidades.

O que causa esse aumento expressivo?

De acordo com o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, o reajuste no estado deva ser acima de 10%. "Vai ficar entre 10% e 12%, dependendo da escola", explica Silva.

"Dificilmente vai vir menos do que isso. Porque a inflação já vai passar dos dois dígitos e as escolas também investiram muito em tecnologia para atender as aulas online", acrescenta Silva.

Ademais, ele disse que não haverá um índice único para a correção dos preços. E os reajustes dependem também, de fatores como localização e estrutura do colégio.

"Tem escola que tem ar-condicionado e gasta muito com energia, cujo custo explodiu no ano. Dependendo da região que está a escola, o aluguel pode ser mais barato ou mais caro", explica Silva.

Sobre os novos preços das mensalidades 2022, as escolas de São Paulo também têm mostrado como justificativa para os reajustes de salários dos profissionais da educação. Em março de 2022, por decisão judicial, o reajuste deve seguir o índice oficial de inflação.