Mesmo tendo um volume financeiro aumentado em 1,9% quando comparado ao do mesmo período de 2019, os efeitos da pandemia da COVID-19 parecem ter agredido fortemente a Cielo (CIEL3). O lucro líquido da empresa foi apenas de R$ 166,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, resultado 69,4% menor do que o mesmo período de 2019.

No final de março, a base ativa de clientes da credenciadora somava 1,5 milhão, uma alta de 6,9% em um ano, mas queda de 6,6% em relação ao quarto trimestre de 2019. As receitas operacionais líquidas somaram R$ 2,830 bilhões no primeiro trimestre, alta anual de 2% e queda de 4,9% em relação ao quarto trimestre.

Já os gastos totais da Cielo totalizaram R$ 2,575 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 17,9% em um ano e queda de 1,9% em relação ao trimestre anterior.

A margem líquida da empresa foi de 5,9% no primeiro trimestre de 2020, ante 19,6% atingido no primeiro trimestre de 2019. Isso mostra que a guerra das maquininhas se acirrou ainda mais e a empresa teve que abrir mão da margem para não perder ainda mais clientes.

As ações da CIEL3 fecharam a R$ 4,44 no dia 31 de março e hoje (28 de abril) estão sendo negociadas a R$ 4,18. A empresa tem um valor de mercado de R$ 12 bilhões. No decorrer do próximo trimestre os resultados fracos devem pressionar ainda mais a cotação do papel.

- Veja o Release de resultados de CIEL3 do 1T de 2020

Dividendos só em 2021

Outra mudança anunciada pela direção da empresa é que a partir de agora os dividendos não serão pagos mais trimestralmente, como eram feitos. A retribuição aos acionistas ocorrerá somente no ano de 2021, dos resultados conseguidos em 2020. Ainda, a empresa deverá pagar o mínimo obrigatório definido pelo Conselho de Administração da empresa, que é de 30% dos lucros.