A Multilaser concluiu sua oferta pública inicial (IPO, na silga em inglês) e agora faz parte do conjunto de empresas listadas na bolsa de valores brasileira, a B3. Assim, após realizar a oferta, a Multilaser está agora listada na B3 com a ação MLAS3, que estreou no mercado nesta quinta-feira, 22 de julho, com um disparo de 10,99%, cotada a R$ 12,32 até às 11h56min.

Cada ação foi antes precificada pelo Conselho de Administração da Multilaser a R$ 11,10, o que ficou dentro da faixa indicativa de R$10,80 a R$13,00 traçada para o IPO, mas fica um pouco abaixo do preço médio de R$ 11,90.

"Fundada em 1987 a Multilaser é uma empresa brasileira que atua na fabricação e comercialização de bens de consumo voltados para o mercado brasileiro de massa objetivando trazer tecnologia para as diversas fases da vida. Presente em 44 mil pontos de venda no Brasil e com mais de 5 mil itens em seu portfólio de produtos, a Multilaser traz a tecnologia para fazer a vida das pessoas Multimelhor", conta a empresa em sua central de relações com investidores.

Dentre os produtos vendidos pela Multilaser estão eletrônicos em geral, como smartphones e computadores, além de eletrodomésticos, produtos para pets, dentre outros.

Multilaser levanta R$ 1,9 bi em IPO

Com o preço por ação fixado a R$ 11,10, a Multilaser lavantou uma quantia de R$ 1,912 bilhão no IPO, com base em distribuição primária de 172.313.238 de papéis MLAS3, segundo o documento divulgado ao mercado, datado de 21 de julho. Após a conclusão do IPO, a Multilaser chega à B3 listada no segmento Novo Mercado que exige altos padrões de governança corporativa.

Como regra, toda distribuição primária de um IPO - assim como o da Multilaser - destina ao caixa da empresa os recursos líquidos levantados com a oferta para uso no negócio, enquanto a chamada "distribuição secundária" consiste na venda de ações sob titularidade de acionistas vendedores, que recebem o dinheiro. Então, todos os recursos movimentados no IPO serão enviados à Multilaser, após desconto de custos com a operação.

O IPO foi aberto ao público em geral, sendo que na oferta de varejo era necessário realizar aportes de R$ 3.000,00 até R$ 1 milhão, enquanto os investidores profissionais precisavam fazer aportes de um milhão de reais a R$ 10 milhões.

Lock-up no IPO da Multilaser (MLAS3)

Quem participou do período de reservas das ações da Multilaser, que ocorreu entre 2 a 19 de julho, agora ficará impedido de negociar os papéis até o dia 4 de setembro de 2021, no caso da oferta de varejo. Por sua vez, as reservas feitas na oferta private ficam travadas até 19 de setembro deste ano. Esse impedimento é o chamado "lock-up", uma ferramenta para evitar especulação nas ações da nova empresa da Bolsa de Valores.

O que a Multilaser fará após o IPO?

Segundo o prospecto definitivo do IPO, estima-se que a Multilaser possa receber uma quantia de R$ 1,847 bilhão após a dedução de comissões e despesas necessárias para a realização da operação. Com esse dinheiro, a empresa disse que pretende realizar as seguintes ações:

  • Liquidação ou amortização de dívidas em aberto da companhia: 47,2% dos recursos, sendo cerca de R$ 871,5 milhões;
  • Reforço de caixa para crescimento e outros propósitos corporativos: uso de 38,4% dos recursos relativo a R$ 709,94 milhões
  • Potenciais aquisições de empresas (M&As): sendo 14,4% dos recursos levantados no IPO, ou R$ 266,2 milhões aproximadamente.