Você já ouviu falar no Museu de Valores do Banco Central? E sabia que é possível conhecê-lo sem sair de casa? Pois é. Inaugurado no ano de 1972, no Rio de Janeiro, ele conta com um tour virtual, acessível por meio do site do Banco Central e é pensando em mostrar um pouquinho mais desse espaço que esse artigo chega até você.

No total ele conta com mais de 135 mil peças que fazem parte do seu acervo. Por meio delas, o museu oferece a oportunidade de contato com a história das moedas brasileiras, as cédulas que já estiveram em circulação, e de diversos itens que possuem ligação com o dinheiro e sua fabricação, como barras de ouro, medalhas, etc.

Vamos ver mais detalhes do Museu de Valores do Banco Central?

A história do Museu de Valores do Banco Central

Assim que o Banco do Brasil foi fundado, surgiu a ideia de criar um museu voltado para a evolução dos meios de pagamento. A Diretoria do Banco decidiu, no dia 17 de agosto de 1966, que a ideia se tornaria realidade.

Nesse momento, iniciou-se os trabalhos de coleta para o acervo e sua inauguração foi no dia 31 de agosto de 1972, no Rio de Janeiro, como uma das comemorações do aniversário de 150 anos da Independência do Brasil.

Hoje ele está instalado em Brasília, no Distrito Federal. Essa mudança se deu quando o novo edifício-sede do Banco Central foi construído em Brasília. Nessa nova sede foi pensado um espaço exclusivo para o museu.

A inauguração das novas instalações se deu no dia 8 de setembro de 1981, onde até hoje é guardado e apresentado um acervo com muitas belezas, história e curiosidades.

Por que Museu de Valores e não Museu do Dinheiro?

De acordo com o Banco Central, o Museu de Valores é o guardião da Memória Nacional e mais especificamente da evolução dos meios de pagamentos, da história da nossa economia e também da numismática, que é o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas, uma arte que encanta muitos colecionadores.

Por isso o nome do espaço é Museu de Valores e não Museu do Dinheiro, ou seja, porque os meios de pagamentos não estão restritos à cédulas e moedas, mas englobam objetos que representam valores para permitir a circulação de riquezas nas diferentes eras e localidades.

O objetivo de sua criação foi, principalmente, a possibilidade de conservação e divulgação da história e cultura de muitas gerações. Por isso, suas metas são colecionar, expor moedas, cédulas, cheques e medalhas e outros documentos que circularam no Brasil e em outros países.

O que é possível encontrar no museu?

O Museu de Valores está localizado em Brasília, no 1º. subsolo do Edifício-Sede do Banco Central. Na parte administrativa, é possível encontrar salas de apoio, uma biblioteca amplamente especializada, uma sala onde as peças e a casa-forte são classificadas, tudo com dispositivos de segurança.

O espaço aberto ao público ocupa uma área de 1300m². Nele, pode-se encontrar:

  • Sala Brasil (nesta sela encontram-se as moedas, as cédulas e outros valores impressos que já fizeram parte da economia do nosso país);
  • Sala Mundo (50 países representados com seus sistemas monetários);
  • Sala Ouro (encontram-se diversas formas de ouro, sendo elas barras e a pepita, maior barra pesando 60 Kg na qual foi encontrada na Serra Pelada (PA) em 1983);
  • Sala Emissões do Banco Central do Brasil (inaugurada em 1997, arquiva cédulas emitidas desde 1964, ano que foi criado o Banco Central, até os dias atuais);
  • Sala Curiosidades Monetárias (nela, encontram-se vários aspectos interessantes da história do dinheiro, como curiosidades econômicas, impressões e falsificações de cédulas, formatos diferentes de moedas, entre outros);
  • Sala Outros Valores (nesta sala estão algumas amostras das coleções de medalhas, das moedas comemorativas, dos sinetes, das condecorações, dos títulos e vales recebidos no Brasil);
  • Sala Fabricação do Dinheiro (consta diferentes etapas do processo de impressão e fabricação das cédulas e moedas);
  • Uma máquina de cunhar de 1937 para a distribuição de medalhas-brindes aos visitantes (a máquina é de fabricação alemã e é capaz de cunhar até 110 peças por minuto, onde funcionou de 1937 a 1973).
Peça da coroação de D. Pedro, uma das mais raras na numismática brasileira. Créditos: Divulgação/Banco Central
Peça da coroação de D. Pedro, uma das mais raras na numismática brasileira. Créditos: Divulgação/Banco Central
Cédula de 1 conto de réis (1 milhão de réis) era conhecida como papel-ouro por ser conversível em ouro. Créditos: Divulgação/Banco Central
Cédula de 1 conto de réis (1 milhão de réis) era conhecida como "papel-ouro" por ser conversível em ouro. Créditos: Divulgação/Banco Central

A Galeria de Arte do Banco Central

Junto do Museu de Valores também existe uma Galeria de Arte, inaugurada em Brasília em 1989. Seu objetivo é o de divulgar o acervo pertencente à instituição. Em 1997, a Galeria foi desativada em razão de reestruturações internas e reaberta para visitação pública em 21 de dezembro de 2006, após reformulação do espaço.

O acervo conta com 554 peças e é composto por pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, principalmente de reconhecidos artistas brasileiros relacionados ao Modernismo brasileiro como Candido Portinari, Di Cavalcanti, Ismael Nery e Tarsila do Amaral.

A coleção foi formada durante a década de 1970, principalmente por decorrência de processos de liquidação dos bancos de investimento Halles e Áurea que deixavam de atuar no mercado financeiro brasileiro.

Do Banco Halles, o Banco Central recebeu treze painéis de Candido Portinari – o grande painel Descobrimento do Brasil e os doze trabalhos da série Cenas Brasileiras. E, do Banco Áurea, foi recebida uma coleção originária da falência da Galeria Collectio, que concentrava grandes nomes do mercado de artes plásticas, em regra, artistas ligados ao modernismo ou a seus desdobramentos.

Tarsila do Amaral - Autorretrato com vestido laranja, óleo sobre tela, 1921. Créditos: Divulgação/Banco Central
Tarsila do Amaral - Autorretrato com vestido laranja, óleo sobre tela, 1921. Créditos: Divulgação/Banco Central

Como fazer o Tour Virtual?

Uma das coisas mais bacanas desse Museu e dessa Galeria de Arte, porém, é que para conhecê-los você não precisa ir até Brasília. Na verdade, você nem precisa sair de casa. Os ambientes podem ser acessados por meio de um tour virtual lançado em março de 2021 e aberto a todo o público através do site do Banco Central.

A decisão de lançar o tour virtual se deu como uma medida preventiva, para evitar a propagação da Covid-19. Não podendo abrir suas portas presencialmente, foi criado então o acesso virtual, que também vem com um toque de acessibilidade, já que agora, curiosos, estudantes e visitantes de todo o Brasil podem chegar até ele sem precisar desembolsar nada.

Todo o tour se dá por meio de fotografias imersivas de alta definição que proporcionam a visualização em 360 graus. Elas permitem a visualização de todos os detalhes das peças expostas, para o visitante não perder nada, além de áudios e janelas pop up com imagens dos painéis e expositores.

Todo o processo é bastante intuitivo. Setas que aparecem nas imagens vão guiando o caminho do turista virtual. Basta ir clicando nelas para percorrer todos os corredores do museu e ir girando a tela com o mouse para olhar para os lados. Junto dos itens expostos há ícones de fotos, explicações ou áudios e basta clicar neles para aproximar os itens, abrir os textos ou ouvir ou áudios.

Na parte inferior da tela também aparece um menu, por meio do qual o turista pode escolher ser direcionado para salas específicas do museu, de acordo com os seus interesses.

Além do Museu e da Galeria de Arte, o tour dá acesso ainda ao Salão Nobre de Reuniões e à Galeria dos Ex-Presidentes do Banco Central.

Veja algumas imagens do tour virtual:

Início do Tour Virtual, acesso ao Banco Central. Créditos: Reprodução/Banco Central
Início do Tour Virtual, acesso ao Banco Central. Créditos: Reprodução/Banco Central
Saguão de entrada ao Museu de Valores do BC. Créditos: Reprodução/Banco Central
Saguão de entrada ao Museu de Valores do BC. Créditos: Reprodução/Banco Central
Ao longo do tour virtual é possível ir clicando nas imagem para aproximar os objetos e saber mais informações sobre eles. Créditos: Reprodução/Banco Central
Ao longo do tour virtual é possível ir clicando nas imagem para aproximar os objetos e saber mais informações sobre eles. Créditos: Reprodução/Banco Central
Ao clicar em uma das imagens, surge uma tela com detalhes sobre os objetos visualizados. Créditos: Reprodução/Banco Central
Ao clicar em uma das imagens, surge uma tela com detalhes sobre os objetos visualizados. Créditos: Reprodução/Banco Central

Localização e contato

Edifício Sede - Banco Central do Brasil | Setor Bancário Sul (SBS) Quadra 3 Bloco B - 1º Subsolo | Brasília - DF - CEP: 70074-900

É possível entrar em contato com o museu por meio do e-mail [email protected].

Vale lembrar, porém, que em função da pandemia de Covid-19, a Galeria de Arte e o Museu de Valores, estão fehcados para o público e ainda não há uma previsão de retorno das atividades. O site do BC informa que "a data de reabertura será informada oportunamente".