A Wiz, corretora de seguros da Caixa Seguradora, divulgou um fato relevante em 26 de novembro para anunciar que montou o comitê especial, do tipo não estatutário, que vai "conduzir a análise detalhada sobre as denúncias constantes do processo que originou a busca e apreensão na sede da Companhia".

Listada na bolsa de valores brasileira com o código WIZS3, a Wiz é alvo da Polícia Federal (PF) sob acusação de desvio avaliado em R$ 28 milhões que poderia ter ocorrido entre 2014 a 2016 por diretores da empresa.

Segundo o fato relevante divulgado, o comitê especial é composto por:

  • Otavio Yazbek, membro externo à Companhia, que atuará como coordenador;
  • João Pinheiro Nogueira Batista, membro independente do Conselho de Administração da Companhia;
  • Elício Lima, membro do Conselho de Administração da Companhia;
  • Heverton Pessoa de Melo Peixoto, diretor-presidente e de Relações com Investidores da Wiz.

Segundo as informações divulgadas pela empresa, foi determinado que o comitê especial já comece com a análise das denúncias da PF. Além de serem disponibilizados ao comitê todos os recursos necessários para os trabalhos, também houve a contratação de uma empresa de auditoria forense; e do escritório de advocacia Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, que possui equipe especializada em compliance e investigações corporativas.

Além disso, a Wiz alegou que não conhece, por enquanto, vestígio de atos ilícitos praticados pela empresa, considerando que os desvios em análise teriam acontecido entre os anos de 2014 e 2016. "(...) os fornecedores mencionados na decisão judicial não prestam mais serviços à Companhia", explica também a Wiz.

Desvio de R$ 28 milhões

Conforme anunciou a polícia federal, três diretores da Wiz teriam supostamente praticado entre 2014 e 2016 atos fraudulentos e desvios avaliados em cerca de R$ 28 milhões. Tais diretores tiveram suas atividades de natureza econômica e financeira suspensas por determinação da justiça.

Em 26 de novembro, a Polícia Federal cumpriu 13 mandatos de busca e apreensão de documentos e materiais entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, em desdobramento da Operação Descarte, que começou no ano de 2018, à procura de provas e incluindo bloqueios de bens e valores dos envolvidos que chegam a R$ 27 milhões mais um apartamento no Rio de Janeiro de R$ 5,5 milhões.

Segundo a representação enviada à Justiça para obter autorização ao cumprimento de 13 mandados desta busca e apreensão, houve "verdadeira organização criminosa estabelecida para gestão fraudulenta, desvios de valores de Instituição Financeira e branqueamento de capitais".