Passado pouco mais de um ano de sua criação, o sistema Pix (modalidade de transferências criado pelo Banco Central) já é um grande parceiro dos brasileiros. O sistema de pagamentos instantâneos democratizou o acesso ao sistema financeiro, movimentando mais de R$ 500 bilhões por mês e contando com 117 milhões de usuários.

Hoje, o sistema tem sua funcionalidade semelhante com a de um cartão de débito, mas o que difere é que o Pix é 100% digital. No entanto, agora ele também deve começar a funcionar como crédito, de acordo com o Banco Central.

Abaixo, entenda o que é o Pix Garantido e como ele funciona.

O que é o Pix Garantido?

O Pix Garantido vai permitir que os usuários parcelem suas compras, assim como em um cartão de crédito. Essa modalidade faz parte da agenda evolutiva do BC para o Pix, no qual é a segunda forma de pagamentos mais utilizados no Brasil nos dias de hoje.

A primeira instituição financeira a abraçar a proposta do BC foi o Itaú Unibanco, que está trabalhando nessa nova proposta do sistema Pix.

O projeto ainda está em fases de teste no Sandbox regulatório, que é o ambiente de experimentos do BC. A previsão do BC é que o novo sistema do Pix Garantido entre em funcionamento no segundo semestre de 2022.

Nova fase do sistema financeiro

O projeto está representando um novo passo para o fim do uso dos cartões físicos, além de uma nova fase para a indústria de cartões e os meios de pagamento. Caso seja concedido o crédito via Pix, o uso dos cartões e das maquininhas serão dispensados, deixando de lado assim, as bandeiras e credenciadoras (principais intermediárias para as operações de cartões).

Nesse caso, o responsável pelas bandeiras será o próprio BC, diminuindo assim o custo transacional, e barateando as operações, tanto para o usuário quanto para o lojista.

Taxas das maquininhas

Nas maquininhas de cartões, as taxas cobradas variam entre 1,5% a 5% para os lojistas, de acordo com a SBCV (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo). Porém, o novo sistema não cobrará taxas para o lojista, ofertando produtos sem o repasse do custo para os usuários. E, com tudo, o consumidor não pagará mais taxas para realizar compras.

Com a taxa Selic chegando na casa dos 11,75% ao ano, a expectativa para que essa solução seja aprovada é grande. Com o aumento da Selic para controlar a inflação, a taxa de juros do parcelamento do cartão de crédito está 5,1 ponto percentual mais caro em setembro de 2021, o que faz sair de 163,6% para 168,7% ao ano.

Neste ano de 2021, o BC divulgou as taxas de juros cobradas pelas principais instituições no cartão de crédito parcelado, onde variam entre 7,78% (ZEMA CFI S/A) a 654,23% (BCO BMG S.A) ao ano.

É claro que o cartão físico ainda vai prevalecer no mercado por bastante tempo, mas sabemos que a adoção de novas tecnologias como a NFC, que é a troca de dados por aproximação, irão melhorar cada vez mais o pagamento digital.

Pix no varejo

Sabemos que hoje o Pix é bastante usado em transferências para pessoas físicas, mas no varejo essa modalidade também está ganhando força. Redes de supermercado já estão oferecendo o Pix como forma de pagamento. Outras maneiras sem o uso do cartão, como o PicPay, também são usadas pelos consumidores.