A Oncoclínicas do Brasil (ONCO3), empresa de oncologia, hematologia e radioterapia, teve um lucro líquido de R$ 22,7 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), assim revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2020, que chegou a R$ 119,7 milhões.

De outro lado, a Oncoclínicas ainda saiu de 2021 com um prejuízo acumulado de R$ 22,4 milhões, o que demonstra, entretanto, uma melhoria de 81,5% frente ao saldo negativo obtido em 2020, segundo o relatório de resultados divulgado em 28 de março desse ano na atual temporada das empresas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

"2021 foi mais um ano recorde para a Oncoclínicas em todos os aspectos. Além de concluirmos nosso IPO de R$ 1,7 bilhão, anunciamos 7 transações estratégicas no ano passado, que devem acelerar significativamente nossa trajetória de crescimento e nos permitir entrar em novas cidades e regiões", disse a administração da Oncoclínicas pelo relatório.

Após estrear na B3 em agosto de 2021, a Oncoclínicas fechou o ano com 91 unidades em operação, bem como uma base de 38 unidades recém-adquiridas entre 32 cidades no Brasil que ainda esperam por aprovação para entrarem em operação. Em 2021, o total foi de 69.

Destaques dos resultados da Oncoclínicas da Brasil no 4T21 e em 2021

A receita líquida da Oncoclínicas no 4T21 alcançou R$ 767,9 milhões, sendo um crescimento de 33,7% em relação ao 4º trimestre de 2021, como resultado de um aumento de 24,6% no volume de procedimentos, combinado ainda com uma alta de 6,2% no ticket médio dos tratamentos.

No resultado acumulado, a receita líquida totalizou R$ 2,702 bilhões em 2021, representando alta de 32,8% frente a 2020. Segundo o balanço divulgado, desse percentual de crescimento, 62% são atribuídos ao crescimento orgânico e 38% ao crescimento inorgânico. Nos últimos dois anos, o ticket médio avançou 8%, em linha com o ajuste de preço dos medicamentos em 2021.

De outro lado, o custo dos serviços prestados (CSP) foi de R$ 502,3 milhões no quarto trimestre de 2021, alta de 30,2% na mesma base de comparação. Por sua vez, as despesas operacionais foram de R$ 124,7 milhões no 4T21, ou 16,2% da receita líquida, alta de 74,2%.

Entre 2021 e 2021, o CSP fechou a R$ 1,833 bilhão, com alta anual de 31%, enquanto as despesas operacionais cresceram 21% para R$ 380,2 milhões, segundo o balanço.

Por sua vez, O Ebitda Ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do 4T21 totalizou R$ 140 milhões, comparado a R$ 118,6 um aumento de 18,1%. Além disso, entre 2020 e 2021 o Ebitda Ajustado da Oncoclínicas dobrou e finalizou o ano a R$ 481,1 milhões e margem de 17,8%, ante 15,8%.

Créditos: Reprodução/Oncoclínicas do Brasil.
Créditos: Reprodução/Oncoclínicas do Brasil.

O resultado financeiro da companhia ainda somou um saldo negativo de R$ 22,5 milhões no 4T21, queda de 20,5%. "Essa melhora no Resultado Financeiro se deve principalmente à entrada dos recursos do IPO [oferta pública inicial], que aumentaram as Receitas Financeiras e à redução do spread médio do custo da dívida bancária", consta no balanço. Mas, nos últimos dois anos houve um aumento de 57,6% nas despesas financeiras para R$ 114,9 milhões.

A Oncoclínicas do Brasil fechou 2021 com uma dívida líquida de R$ 110,1 milhões, principalmente devido ao pagamento por aquisições de empresas. Com isso, a alavancagem financeira (medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda Ajustado dos últimos 12
meses) foi de 0,2 vez, ante 1,8x em 2020.