A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou na noite de 5 de maio que seu Conselho de Administração aprovou um pagamento de dividendos no valor de R$ 3,715490 por ação, valor que será distribuído aos acionistas da petrolífera em duas parcelas. Essa declaração de proventos ocorreu no mesmo dia em que houve a divulgação dos resultados trimestrais da estatal. Veja abaixo o que a administração da empresa fala sobre a distribuição de recursos aos acionistas:

A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural.

No primeiro trimestre de 2022 (1T22), a Petrobras acumulou um lucro líquido de R$ 44,561 bilhões, beneficiado principalmente pela alta no petróleo Brent no período, como resultado do conflito entre Rússia e Ucrânia, países relevantes para o mercado.

Além disso, a petrolífera também disse que a disparada de seu lucro deu-se em razão de maiores margens de diesel, maior exportação de petróleo, somado a menores custos com a produção do Gás Natural Liquefeito (GNL). Fora o avanço operacional, houve ganhos nos investimentos da empresa por causa da recente valorização do real frente ao dólar.

Em relação ao quarto trimestre de 2021 (4T21), o lucro líquido da Petrobras ainda apresentou um crescimento de 41,2%. O ganho fica também muito acima do R$ 1,276 bilhão registrado no primeiro trimestre de 2021.

Petrobras (PETR4 e PETR3) pagará R$ 3,7 por ação em dividendos

Do total aprovado, a Petrobras disse que R$ 3,138754 por ação refere-se a uma antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2022 e será declarado com base nos resultados desse ano em forma de dividendos intercalares.

Os R$ 0,576736 por ação restantes serão pagos à conta de reservas de retenção de lucros constantes nos resultados de 2021, em forma de dividendos intermediários.

Para receber os dividendos da Petrobras, deve-se comprar as ações da estatal na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) até 23 de maio de 2022 que é a data de corte (data-com) estabelecida. Há também a possibilidade de se tornar acionista da petrolífera e receber esses dividendos por meio de investimentos nos papéis (ADR's) negociados na Bolsa de Valores Nyse até o dia 25 de maio de 2022.

Dessa forma, as ações da Petrobras serão negociadas em ex-dividendos na B3 e na Nyse a partir de 24 de maio de 2022, quando a compra de ações não reflete mais direito de receber o dinheiro. O pagamento dos proventos da Petrobras para os acionistas detentores de ações na B3 acontecerá em duas parcelas, da seguinte forma:

  • primeira parcela, no valor de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária, a ser paga em 20 de junho de 2022. Do total, R$ 1,427568 será pago em dividendos e R$ 0,430177 em forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
  • segunda parcela, no valor de R$ 1,857745 por ação preferencial e ordinária, que será paga no dia 20 de julho de 2022, em dividendos.

Já os acionistas na Bolsa de Valores de Nova York vão receber os dividendos em 1ª e 2ª parcela, a serem pagas a partir de 27 de junho de 2022 e 27 de julho de 2022, respectivamente.

"O dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que a sustentabilidade financeira da Companhia seja preservada.", consta no documento sobre os dividendos da Petrobras (veja aqui na íntegra).

Destaques dos resultados da Petrobras no 1T22

A Petrobras teve uma receita líquida de vendas de R$ 141,64 bilhões no 1º trimestre de 2022, representando um crescimento de 64,4% em relação ao mesmo período de 2021. Segundo os registros, todos os derivados de petróleo negociados apresentaram aumento de preço na comparação anual.

O diesel e a gasolina, que geraram juntos 72% da receita líquida de derivados no 1T22, tiveram aumento anual de 54,5% e 75,3%, respectivamente, como pode ser visto na tabela abaixo:

O petróleo Brent, o grande destaque do resultado da Petrobras - que segue a variação internacional do produto em meio ao conflito na Ucrânia -, fechou o 1T22 a US$ 101,40 por barril, alta de 27% e 66,5% frente ao 1º e 4º trimestre de 2021.

Com os impactos positivos para a empresa, a Petrobras teve um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Ajustado de R$ 77,710 bilhões no 1T22, representando alta de 64% frente ao mesmo período de 2021. A Petrobras investiu US$ 1,8 bilhão para o crescimento de suas operações no 1T22.

No final do trimestre, a petrolífera possía mais de R$ 81,6 bilhões em caixa, sendo que os recursos gerados pelas atividades operacionais totalizaram R$ 52,8 bilhões. Por fim, o fluxo de caixa fechou positivo em quase R$ 40,5 bilhões.

A Petrobras fechou o primeiro trimestre de 2022 (1T22) com uma dívida líquida de US$ 40,072 bilhões, sendo uma queda anual de 15,9%. Com a redução do endividamento e a forte atividade operacional, a alavancagem financeira da empresa (dívida líquida/ebitda) caiu de 2,03 vezes para 0,81x, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/RI Petrobras.
Créditos: Reprodução/RI Petrobras.

- Veja os resultados da Petrobras na íntegra.