A Gerdau (GGBR4) divulgou o relatório de resultados da temporada, com um lucro líquido de R$ 2,940 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), bem como anunciou um pagamento de Juros sobre Capital Prórprio (JCP) aos acionistas. Confira abaixo os detalhes.

Referente ao 1º trimestre de 2022 (1T22), a Gerdau pagará um valor bruto por ação (tanto ordinária quanto preferencial) de R$ 0,57 em forma de JCP, que são proventos parecidos com dividendos. Entretanto, será cobrado imposto de renda na fonte em alíquota de 15% sobre o valor, exceto para acionistas considerados imunes ou isentos, conforme a lei em vigor.

Segundo o documento divulgado, terá direito aos JCP da Gerdau quem comprar as ações, isto é, apresentar-se como acionista da companhia, até 16 de maio de 2022 que é a data de corte (data-com) estabelecida. Dessa maneira, a partir do dia seguinte (17) os papéis passam a ser negociados em Ex-JCP na Bolsa de Valores, que é quando a compra não reflete mais direito de receber proventos.

Pelo cronograma, o pagamento está marcado para 25 de maio de 2022, um dia antes do pagamento dos proventos da subsidiária Metalúrgica Gerdau (GOAU), que foram aprovados no mesmo dia, vale mencionar.

JCP/Dividendos Gerdau (GGBR3 e GGBR4) em 2022

  • Aprovação: 4 de maio de 2022;
  • Valor por ação ordinária e preferencial (GGBR3 e GGBR4): R$ 0,57;
  • Data-Com: 16 de maio de 2022;
  • Data-Ex: a partir de 17 de maio de 2022;
  • Data do pagamento: 25 de maio de 2022;
  • Referência: 1º trimestre de 2022 (1T22).

"A administração acredita que a forma mais adequada de aumentar os dividendos absolutos é a partir da forte geração de caixa que vem entregando, mantendo assim a política de distribuir o mínimo de 30% do lucro líquido ajustado. Essa flexibilidade, inclusive na periodicidade da distribuição, faz com que a Companhia consiga entregar valor em diferentes cenários", disse a Gerdau pelo relatório de resultados do 1T22.

Resultados da Gerdau (GGBR4) no 1T22; lucro e ebitda recordes

A Gerdau divulgou seu relatório de resultados na noite de 5 de maio, mostrando que no primeiro trimestre de 2022 (1T22) houve um lucro líquido ajustado de R$ 2,940 bilhões em aumento de 19% na comparação com o mesmo período de 2021.

O lucro líquido ajustado no 1T22 foi um recorde histórico da Gerdau para um 1º trimestre, sendo impulsionado pelo maior resultado operacional, dado pelo Ebitda, alcançado no período - que também bateu recorde.

Por sua vez, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ajustado por eventos não recorrentes, atingiu R$ 5,827 bilhões no 1T22, representando aumento de 35% em relação ao mesmo trimestre de 2021, apesar de recuo trimestral de 3%. No último ano, a margem cresceu 2,2 pontos percentuais para 28,7%.

"O EBITDA ajustado e a margem EBITDA ajustada do 1T22 renovaram o recorde histórico para um 1º trimestre. Estes resultados refletem o estágio atual de demanda e preços no setor de aço, principalmente na América do Norte, somado à capacidade das equipes de capturar as oportunidades de mercado", consta no balanço da Gerdau.

A receita líquida da Gerdau totalizou R$ 20,330 bilhões no 1T22, sendo uma queda de 6% em relação ao quarto trimestre de 2021 (4T21), como reflexo de queda de volume vendido, dos menores preços praticados no Brasil e da taxa de câmbio apreciada, o que reduz as receitas em moeda estrangeira convertidas para reais, segundo o balanço.

Mas em relação ao primeiro trimestre de 2021, a receita líquida apresentou aumento de 24%, devido principalmente aos melhores preços praticados no 1T22.

A Gerdau disse que o custo das vendas do 1T22 caiu 7% em relação ao do 4T21, influenciado pela redução nos volumes vendidos, apesar do aumento de 57% no custo do carvão. Na comparação anual, houve aumento do custo das vendas de 21%, impactado pelas principais matérias-primas utilizadas pela companhia: o carvão metalúrgico cujo preço aumentou 150%, o minério de ferro (+19%) e a sucata consumida (+12%).

O relatório do 1T22 mostra que a produção de aço bruto foi maior em relação ao 4T21 e ao 1T21, em 4% e 8%, respectivamente. De outro lado, o volume vendido pelas principais operações de negócio da Gerdau teve leve queda de 3% em relação ao 4T21 e ficou em linha com o 1T21, como pode ser visto na tabela mais abaixo.

Créditos: Reprodução/RI Gerdau.
Créditos: Reprodução/RI Gerdau.

A dívida bruta da Gerdau totalizava R$ 12,767 bilhões no 1T22, ante R$ 17,76 bilhões no mesmo trimestre de 2021. Do total, 84% do endividamento estava no longo prazo e 70% denominado em dólares norte-americanos.

Com caixa e equivalentes de R$ 7,591 bilhões, a Gerdau fechou o primeiro trimestre de 2022 com uma dívida líquida de R$ 5,176 bilhões. Dessa maneira, a alavancagem financeira da empresa, dada pela relação dívida líquida/ebitda, fechou em 0,20x, melhoria em relação ao nível de 0,96x do 1T21.