A Raízen (RAIZ4) anunciou que seu Conselho de Administração aprovou a construção da 3ª e 4ª Plantas de Etanol de Segunda Geração (E2G) nos Parques de Bioenergia da Barra e Univalem, chamados de "Projetos E2G", ambas no estado de São Paulo, em investimentos que chegarão a R$ 2 bilhões.

A declaração ocorreu em 11 de maio, dois dias após a divulgação do relatório de resultados da Raízen, braço da Cosan (CSAN3 ), referentes ao ano-safra 2021/2022 que se encerrou no primeiro trimestre desse ano - saiba mais abaixo.

Segundo o documento divulgado, a Raízen construirá mais essas duas plantas de etanol, adicionando uma capacidade de 164 mil m³ de biocombustível por ano, sendo que a previsão é de que as indústrias entrem em operação em 2024.

"Os Projetos E2G, em conjunto com a construção da planta de Biometano anunciada em 26 de abril de 2022, são marcos importantes na evolução da estratégia de expansão do portfólio rentável de produtos Renováveis", disse a Raízen.

Principal segmento da empresa, a linha de energias renováveis gerou uma receita líquida de R$ 24,810 bilhões no ano-safra 2021/2022, assim sendo um crescimento de 35% em relação à safra anterior. Do total, R$ 19,797 bilhões foram obtidos com etanol, segundo o relatório de resultados divulgado em maio.

Raízen terá 4 plantas de etanol em SP

Atualmente, a Raízen opera uma planta do biocombustível no Parque de Bioenergia da Costa Pinto e está em fase de construção da 2ª planta no Parque de Bioenergia Bonfim, também no estado de São Paulo.

Com essas duas novas plantas em operação, a Raízen se consolidará como o único produtor mundial do setor a operar 4 plantas de etanol celulósico em escala industrial com uma capacidade instalada total de 280 mil m³ por ano, dos quais 80% do volume foi comercializado em contratos de longo prazo.

Créditos: Reprodução/Raízen.
Créditos: Reprodução/Raízen.

"Os Projetos E2G ampliarão nosso portfólio de soluções em energia limpa e renovável, permitindo aos nossos clientes avançar no cumprimento de suas metas de descarbonização através da substituição de combustíveis fósseis em suas operações e reforçando o papel de liderança da Raízen na transição energética global através dos biocombustíveis", disse a Raízen.

Raízen (RAIZ4) lucrou 2 vezes mais; destaques dos resultados

A Raízen (RAIZ4) registrou receita operacional líquida de R$ 196,291 bilhões no ano-safra 2021/2022, assim sendo um crescimento de 57,1% em relação ao período anterior, com resultados positivos nos segmentos da empresa (energia renovável, açúcar e marketing & serviços).

Segundo o relatório de resultados, a Raízen teve lucro líquido ajustado de R$ 3,001 bilhões no ano-safra 21/22, sendo 2 vezes maior que o resultado da safra anterior, quando totalizou R$ 870 milhões. Esse balanço desconsidera os eventos não recorrentes do período e retrata, segundo a empresa, a performance dos negócios.

Por sua vez, o Ebitda Ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 10,703 bilhões no ano-safra 21/22, em aumento de 19,6% em relação ao exercício anterior. Apesar de recuo de 29% na linha de açúcar, os destaques positivos foram as linhas de renováveis (+33%) e marketing & serviços (+52%).

A Raízen fechou o ano-safra 21/22 com dívida líquida de R$ 13,823 bilhões, queda de 2,4% frente ao período anterior. A alavancagem financeira da empresa, dada pela relação dívida líquida/ebitda, caiu de 2,1 vezes para 1,3x, "refletindo a melhora do resultado operacional, resultados das empresas adquiridas no período, principalmente Biosev e Raízen Paraguai, entrada dos recursos do IPO, parcialmente compensada pela saída de caixa referente à aquisição da Biosev e maiores estoques de açúcar e etanol a serem comercializados posteriormente", explica a empresa.

Créditos: Reprodução/RI Raízen.
Créditos: Reprodução/RI Raízen.

A posição de caixa e equivalentes de caixa alcançou R$ 8,3 bilhões no trimestre, além da disponibilidade de US$ 1 bilhão em linha de crédito rotativa com sindicato de bancos.

A Raízen (RAIZ4) estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em agosto de 2021 após uma oferta pública inicial (IPO) que moviemntou mais de R$ 6 bilhões. Nos últimos meses, a empresa investiu forte em expansão com a construção das novas plantas de etanol celulósico, início das obras da 2ª planta de Biogás, bem como com a incorporação da empresa Biosev.