Está cada vez mais caro se alimentar no Brasil, e as pessoas já têm sentido o peso de itens da cesta básica no bolso. De acordo com a pesquisa Radar Febraban do mês de junho, para 78% das famílias, o consumo de alimentos é o que sai mais caro no orçamento.

A percepção de que a inflação e o preço dos produtos cresceram muito do início do ano pra cá também é quase uma unanimidade entre os brasileiros: 93% sentem a diferença. O número de entrevistados que apontam o encarecimento dos alimentos já é 9 vezes maior que em 2021.

Abaixo, confira os detalhes da pesquisa Radar Febraban.

Alimentação é o item que mais impacta

Entre as mulheres, o percentual chega a 82%. O preço dos combustíveis também preocupa os consumidores, apontados por 42% como um dos produtos que mais prejudica o bolso. O impacto é citado, em especial, pelos homens (45%), que estão na faixa de 25 a 44 anos (46%), com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos (48%) e ensino superior (48%).

Outros itens que encarecem o custo de vida dos brasileiros são os serviços de saúde ou remédios, mencionados por 17% dos entrevistados. O número é menor do que em dezembro de 2021, quando foi citado por 19%. De acordo com a pesquisa, as pessoas de 60 anos ou mais são as maiores afetadas (25%).

De acordo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney,

"A inflação é o inimigo número um do Brasil. É um fenômeno mais sério aqui porque, há nove meses consecutivos, anualizada, vem ultrapassando a faixa dos dois dígitos. Além disso, está bastante disseminada e vem atingindo sobretudo as classes menos favorecidas".

Esperança comprometida

Com os itens do dia a dia pesando muito, a esperança de que a situação melhore fica cada vez mais distante: 68% das pessoas acreditam que a economia do país só deve se recuperar após 2022.

Esse percentual é o mesmo das rodadas de junho e setembro de 2021, quando também se imaginava que a retomada econômica ocorreria somente no ano seguinte.

Atualmente, os mais pessimistas quanto à retomada da economia somam 9% e são principalmente os menos escolarizados (12%) e com renda menor (11%). Ainda, 67% dos brasileiros vislumbram a alta da taxa de juros em 2022.

Em relação às finanças pessoais, a maior parte das pessoas (51%) estima que a realidade financeira familiar só irá se recuperar depois de 2022 (47%). Ou ainda, que nem irá se recuperar (4%). Já 25% acreditam que deve sentir melhoras no orçamento ainda nos próximos meses.

Uma pequena parcela (8%) diz ter sentido uma melhora financeira em 2021. E isso, completa o total de 33% que já se recuperaram. Há ainda os que dizem não terem sido afetados pela alta generalizado dos preços (10%).