Um estudo envolvendo 135 países aponta que as mudanças climáticas podem levar a uma perda de 4% da produção econômica global anual até 2050. Dessa forma, deve atingir muitas partes mais pobres do mundo, de forma muito desproporcional.

O relatório foi publicado pela agência de risco S&P Global, que dá aos países, pontuações de crédito com base na saúde das suas economias. Ele estuda o impacto econômico da alta do nível do mar, e de ondas de calor, secas, e tempestades mais regulares.

E assim, em um cenário negativo no qual os governos evitam as políticas de alterações climáticas, os países de renda média e baixa devem ter perdas no Produto Interno Bruto (PIB) 3,6 maiores, em média, do que as de nações mais ricas.

De acordo com as informações do portal Isto É, a exposição de Blangladesh, Índia, Paquistão e Sri Lanka, a incêndios florestais, inundações, tempestades, e também à escassez de água, mostra que o sul da Ásia, tem de 10% a 18% do PIB em risco, aproximadamente o triplo da porcentagem ameaçada da América do Norte, e 10 vezes mais que a taxa da região menos afetada, Europa.

Segundo o principal analista de crédito governamental da S&P, Roberto Sifon-Arevalo, "Em diferentes graus, este é um problema para o mundo", disse. "Uma coisa que realmente salta aos olhos é a necessidade de apoio internacional para muitas dessas partes (mais pobres) do mundo", finaliza Sifon-Arevalo.

Como será o mundo em 2050?

Nos próximos 30 anos, as alterações climáticas devem afetar a vida na Terra. Segundo a pesquisa divulgada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), se o mundo não zerar a emissão de gás carbônico até 2050, os efeitos devem ser devastados.

O acúmulo de CO2 na atmosfera vai chegar a 540 partes por milhão. Logo, deve haver os efeitos do aquecimento global. Ou seja, doenças, falta de água, seca e fortes chuvas. Com isso, 5 bilhões de pessoas devem estar em risco até 2050.

Chuvas

Até 2050, em torno de 22% das grandes cidades com os maiores centros urbanos do mundo, vão ter que enfrentar altas temperaturas e risco de inundações e secas. O volume de chuvas deve aumentar até 7% para cada grau Celsius.

Embora Londres não seja uma cidade costeira, por exemplo, mas por ser cortada pelo rio Tâmisa, e outros afluentes, há o risco de alagamento. Assim, a cidade pode ficar submersa, e inundada em pântanos tropicais. Inclusive, deve haver o aumento de 1 metro do nível do mar.

Secas

Os países tropicais, como o Brasil, deve sofrer com alterações climáticas. A previsão é que deve haver inundações e longas secas. E a previsão para a Amazônia não é nada boa: ela pode passar de uma floresta úmida, rica em fauna e flora, para uma floresta seca e de pastagens deterioradas.

Ademais, 350 milhões de pessoas devem ficar sem água, por conta das secas. Os extensos períodos de estiagem podem também prejudicar a pecuária e a agricultura em todo o mundo.

Doenças

As alterações do clima devem trazer um aumento das doenças infecciosas. As altas temperaturas favorecem, por exemplo, a propagação de doenças transmitidas por vetores que se aproveitam da alta das temperaturas. Assim, doenças como malária, dengue, febre amarela e zika pode aumentar de forma significativa.

Ainda por conta das alterações climáticas, mais de 51,3 milhões de pessoas que vivem na África Ocidental correm o risco de pegar malária até 2050. Ou seja, há a possibilidade de elevar as ocorrências de doenças infecciosas e levar a epidemias.