A Blau Farmacêutica (BLAU3) teve lucro líquido de R$ 61 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo uma queda de 29% em relação ao mesmo período de 2021, conforme mostra o balanço de resultados divulgado pela empresa, como efeito negativo de variação cambial no período.

Entretanto, excluindo uma despesa financeira relacionada com posição de hedge cambial, a Blau Farmacêutica teria lucro líquido ajustado de R$ 87 milhões, em alta de 5% na comparação com o mesmo trimestre de 2021.

Acontece que entre janeiro a março de 2022 a empresa reportou como resultado financeiro uma despesa de R$ 32,2 milhões ante um saldo negativo de R$ 500 mil no mesmo trimestre de 2021. O destaque é uma despesa de R$ 23,7 milhões com a alta do real frente ao dólar, considerando que a Blau Farmacêutica possuía US$ 40 milhões de caixa.

"Em nosso primeiro ano após o IPO, entregamos resultados robustos e consistentes em todas as nossas frentes de atuação, demonstrando a resiliência e flexibilidade da Companhia neste momento adverso de mercado, marcado por incertezas geopolíticas internacionais, véspera de eleição presidencial, aumento do custo de importação de IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos), dificuldades logísticas e forte pressão inflacionária", comenta a administração da Blau Farmacêutica, que estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em abril de 2021.

Destaques dos resultados da Blau Farmacêutica (BLAU3) no 1T22

A Blau Farmacêutica registrou receita líquida de R$ 313 milhões no 1T22, sendo uma queda de 3,9% em relação ao 1T21. Pelo relatório, a empresa explica que, ao excluir do balanço uma queda de 80% na venda de imunoglobulina por causa de falta de suprimentos, há aumento de 13,4%.

No primeiro trimestre de 2022 a Blau Farmacêutica conseguiu aprovação da Anvisa para 7 novos medicamentos, sendo 4 no Brasil, bem como solicitou registro para mais 5, entre novos produtos e novas apresentações, na América Latina.

Os quatro novos medicamentos aprovados pela Anivsa para atuação no Brasil possui, segundo a Blau Farmacêutica, um mercado endereçável de R$ 300 milhões, segundo o relatório.

No trimestre, os custos representaram 48,5% da receita líquida do período, alta frente ao nível de 47,6% no 1T21. O aumento foi, segundo a empresa, impactado pelo mix de pordutos vendido e alta do custo de importação dos insumos farmacêuticos ativos (IFA's). As despesas operacionais chegaram a R$ 51,3 milhões, ou 16,4% da receita líquida do período, em alta de 8,3%.

Por sua vez, o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 115 milhões no 1T22, representando recuo de 10% com impacto da desaceleração do crescimento da receita, aliado ao crescimento das despesas, especialmente relacionadas a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que cresceu 20,8%, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/Blau Farmacêutica.
Créditos: Reprodução/RI Blau Farmacêutica.

Entre janeiro a março de 2022, a Blau Farmacêutica atingiu investimentos (capex) de R$ 33 milhões, com destaque para R$ 27,6 milhões distribuídos entre obras para aumento de capacidade e início das obras no 2º centro de coleta de plasma, aquisição de equipamentos para modernização das plantas, melhoria de processos produtivos em Cotia e São Paulo, além de ajustes nas linhas de produção da Blau Goiás.

A Blau Farmacêutica fechou o trimestre com dívida bruta de R$ 319,4 milhões, ante R$ 793 milhões no quarto trimestre de 2021. Mas, considerando os recursos do IPO, a companhia elevou o seu caixa e aplicações para R$ 819,3 milhões, levando a uma posição de caixa líquido de R$ 499,9 milhões no final do 1T22, revertendo a dívida de R$ 556,9 milhões do trimestre anterior.