A Companhia Brasileira de Alumínio, ou CBA (CBAV3), teve um lucro líquido recorde de R$ 615 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), assim revertendo o prejuízo líquido de R$ 498 milhões reportado no mesmo período de 2020. A informação foi divulgada pela empresa nesta terça-feira, 15 de março, em meio à atual temporada de resultados das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Pelo balanço, a CBA disse que o resultado com recorde histórico foi reflexo de um cenário favorável em relação a volume e preços de alumínio praticados, combinado com a reversão do saldo negativo de outros resultados operacionais.

A CBA, que estreou na B3 em julho do ano passado, registrou um lucro líquido de R$ 838 milhões em 2021, ante o prejuízo de R$ 880 milhões de 2020.

Destaques dos resultados da CBA no 4T21 e em 2021

A receita líquida consolidada da CBA atingiu um recorde histórico trimestral de R$ 2,417 bilhões, com crescimento de 54% no 4T21, em relação ao 4T20. Segundo o balanço, o destaque foi do negócio de alumínio cuja receita cresceu 60% no período.

"Este aumento [nas vendas de alumínio] é função do maior volume de vendas em todos os segmentos do negócio do alumínio, somado ao aumento do preço do alumínio na LME, que atingiu um patamar médio de US$ 2.762 por tonelada no 4T21, 44% maior que a média de US$ 1.916/tonelada no 4T20, além da valorização de 4% do dólar médio em relação ao real", consta no balanço.

No 4T21, o volume de alumínio vendido chegou a 122 mil toneladas, sendo uma alta de 3% em relação ao último trimestre de 2020. No resultado anual, entre 2020 e 2021 o volume de vendas do produto saltou 10% para 485 mil toneladas.

Do total da receita do trimestre, R$ 2,326 bilhões foram gerados pelas vendas de alumínio, um aumento de 60% na mesma base de comparação. De outro lado, os segmentos de energia e níquel caíram 3% e 59% respectivamente.

Em meio à crise hídrica do ano passado, as operações no setor foram prejudicadas. Na CBA, a geração caiu 9%, enquanto as receitas também tiveram queda no ano, de 9%.

Por sua vez, o Ebitda da CBA chegou a R$ 742 milhões no 4T21, sendo um recorde trimestral e um crescimento de 561% frente ao quarto trimestre de 2020. No ano de 2021, a alta foi de 115% para R$ 1,850 bilhão.

Mesmo sendo prejudicado por fatores como queda nas vendas de ferro níquel, o aumento do ebitda foi "impulsionado principalmente pela melhora no resultado do negócio alumínio, decorrente do aumento dos preços de venda praticados, com o aumento do preço do alumínio na LME e a valorização do dólar médio frente ao real, aliado a maiores volumes e melhor mix de produtos vendidos", explica a CBA pelo relatório.

O custo dos produtos vendidos (CPV) teve aumento de 39% no 4T21 quando comparado ao 4T20, influenciado por uma alta de R$ 542 milhões no custo do negócio de alumínio.

A CBA fechou 2021 com uma dívida líquida de R$ 1,665 bilhão, ante um saldo de R$ 2,037 bilhões em 2020. Após isso, somado ao avanço do ebitda, a alavancagem da empresa (Dívida Líquida/Ebitda Ajustado) caiu de 3,08x para 1,08 vez.

Veja abaixo os destaques operacionais e alguns dados financeiros da CBA:

Créditos: Reprodução/CBA.
Créditos: Reprodução/CBA.

CBA aprovará R$ 172 milhões de dividendos em maio

No ano de 2021, a CBA controladora registrou um lucro líquido de R$ 240 milhões, após absorção de prejuízo de R$ 502 milhões. Atualmente, o Estatuto Social da Companhia estabelece, a título de dividendos, um percentual mínimo obrigatório de 25% sobre o lucro líquido do exercício que é deduzido da reserva legal de 5% e em 31 de dezembro de 2021 essa reserva corresponde ao montante de R$ 12 milhões, conforme relata o relatório de resultados.

Assim, a CBA anunciou que realizará um pagamento de R$ 172 milhões em dividendos entre seus acionistas, sendo um preço por ação de R$ 0,29. Esses recursos englobam os dividendos obrigatórios de 25% do lucro líquido ajustado de 2021, mais dividendos suplementares, considerando que venham a ser aprovados pela Assembleia Geral, marcada para 29 de abril de 2022, conforme estabelecido no Estatuto Social, que também deverá aprovar a data de pagamento proposta (18 maio de 2022).

Para receber esses dividendos, deve-se comprar as ações da CBA, isto é manter-se como acionista da companhia, até 29 de abril de 2022 que é a data de corte (data-com) estabelecida.

"Adicionalmente, considerando que venha a ser aprovada pela Assembleia Geral, será criada a reserva de lucros estatutária, nos termos do artigo 194 da Lei das Sociedades por Ações, para a destinação do saldo remanescente do lucro líquido ajustado, correspondente a R$ 57 milhões", consta no relatório.

As ações da CBA após o IPO

A CBA concluiu sua oferta pública inicial de ações (IPO) em julho de 2021, estreando no segmento Novo Mercado da B3 sob o código CBAV3. Desde então, os papéis mostram valorização acumulada de 60% até este momento.

A ação da companhia foi precificada a R$ 11,20 no IPO e assim chegou ao mercado. No fim de 2021, a CBAV3 estava cotada a R$ 13,67, segundo os dados divulgados pela empresa, sendo uma alta de 22,1%.

Nesta quarta-feira, 16 de março, após a divulgação do balanço, as as ações da CBA tiveram alta de mais de 4% na Bolsa de Valores, por volta das 11h30min. Já às 15h27min a CBAV3 era negociada a R$ 18,73, mas com baixa diária de 1,58%.