Na última terça-feira, 21 de setembro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), anunciou os dados do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec). Segundo os dados de setembro, a confiança do comerciante brasileiro recuou 0,4%. E assim, registrou 119,3 pontos. Apesar de ser a primeira queda após 3 altas consecutivas, o indicador se mantém em uma zona favorável, acima dos 100 pontos.

De acordo com a CNC, a diminuição da confiança acontece após o índice acumular uma alta de 30,7% desde junho. Em comparação ao mesmo período de 2020, o aumento do Icec foi de 30,2%, com o padrão de confiança acima do primeiro ano da pandemia.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, disse que os dados reforçam a projeção de recuperação do setor. Entretanto, ainda existem muitos desafios para serem enfrentados até a economia do Brasil retomar os níveis mais altos de crescimento. Diante disso, é normal que os desafios, acarretem em uma baixa na confiança do comerciante.

"A queda da confiança empresarial pode estar associada à pressão sobre os custos da alta dos combustíveis, do aumento da tarifa de energia elétrica e por conta da crise hídrica, além de refletir as expectativas com relação aos efeitos da inflação sobre o consumo", explica Tadros.

Componentes do Icec

Em setembro, todos os componentes do Icec reduziram, pela primeira vez, desde o mês de abril, quando o índice registrou 6,4%. Entretanto, a CNC cita que, apesar da queda de 0,9% no indicador que avalia a confiança do empresário, ele permanece dentro da região de satisfação, com 153,9 pontos.

Além disso, o indicador que avalia as intenções de investimentos reduziu 0,7%, ficando em 104,2, também na região de satisfação. O único subíndice que ficou abaixo foi o que avalia as condições atuais do empresário, que chegou a 99,7 pontos com a queda de 0,3%.

De acordo com a economista da CNC, Izis Ferreira, a redução não pode ser interpretada como uma tendência. É dito isso, pois o avanço da vacinação, reduz a pandemia.

"Pode estar associada a uma relativa acomodação empresarial causada pelo crescimento anterior. Fatores como inflação, desemprego e possibilidade de aumento dos juros também podem ter contribuído para a deterioração das expectativas em geral", explica Ferreira.

Por fim, Ferreira afirma que a aproximação do Dia das Crianças (12 de outubro), data historicamente importante para o varejo, deve ajudar a equilibrar a desconfiança do mês de setembro.