Realizada a cada 45 dias, a 8ª e última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada nessa terça e quarta-feira, dias 7 e 8 de dezembro, decidiu elevar, mais uma vez a taxa básica de juros da economia, a Selic, dessa vez para 9,25%.

Essa perspectiva de novos aumentos já havia sido anunciada pelo próprio Copom ao fim da última reunião, realizada nos dias 26 e 27 de outubro. Essa também era a previsão do mercado segundo o último Boletim Focus. Até então ela estava em 7,75%.

Ou seja, mais uma vez a elevação foi no patamar de 1,5%, assim como na decisão tomada pelo Copom em outubro.

Agora os olhos se voltam para 2022. Segundo o relatório divulgado pelo Banco Central, um novo aumento na mesma proporção já é previsto para a primeira reunião de 2022, marcada para fevereiro. Além disso, o próprio mercado também já prevê uma Selic em 11,25% no próximo ano.

Por que a Selic vem sendo elevada?

As elevações na Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, tem como objetivo controlar a inflação, justamente por a Selic orienta os demais juros do país. Assim, essa elevação faz com que a demanda diminuia, já que as pessoas seguram um pouco mais o dinheiro, evitam alguns gastos que envolveriam o pagamento de muitos juros, fazendo com a oferta se torne um pouco maior e o livro mercado, a competitividade diminua, diminuindo assim os preços.

Porém, é importante lembrar que a elevação da Selic também acaba impactando desde empréstimos e financiamentos até a performance de diversos tipos de investimentos, principalmente os de renda fixa, como títulos públicos. Além disso, com uma taxa mais alta, mais capital estrangeiro entra no país para ganhos mais altos em investimentos seguros, o que acaba fazendo a cotação do dólar baixar.

Desta forma, é importante acompanhar as variações da Taxa Selic, essencialmente se você é um investidor.

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Quem faz parte do COPOM

Antes de ver o calendário deste ano, vale a pena conhecer um pouco mais o COPOM. Trata-se de um órgão formado pelo presidente e oito diretores do Banco Central, que se reúnem em sessões de dois dias para estudar e discutir sobre diversos assuntos, como inflação, contas públicas, o desempenho da atividade econômica e o cenário internacional — e, claro, para ajustar a taxa SELIC.

Em cada reunião os membros do Copom analisam as projeções dos especialistas para os mercados e economias globais antes de tomar as decisões finais, por voto.

Membros do Copom. Foto: Divulgação/BC.
Membros do Copom. Foto: Divulgação/BC.

"O Copom toma suas decisões a cada reunião, conforme as expectativas de inflação [indicada pelo IPCA], o balanço de riscos e a atividade econômica. O BC define a taxa Selic visando o cumprimento da meta para a inflação", explicou o Banco Central (BC). Vale dizer que essa meta para inflação é sempre definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Calendário do Copom de 2021

Feitos em sessões de dois dias, o Copom realiza 8 reuniões por ano, em regra, fazendo com que a taxa Selic seja revista a cada 45 dias. Veja abaixo o calendário do Copom em 2021 e quais foram as decisões tomadas em cada um dos encontros:

  • 20 de janeiro: manteve em 2%
  • 17 de março: sobe 0,75% (para 2,75%)
  • 5 de maio: sobe 0,75% (para 3,5%)
  • 16 de junho: sobe 0,75% (para 4,25%)
  • 4 de agosto: sobe 1% (para 5,25%)
  • 22 de setembro: sobe 1% (para 6,25%)
  • 27 de outubro: sobe 1,5% (para 7,75%)
  • 8 de dezembro: sobe 1,5% (para 9,25%)

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Calendário do Copom de 2022

O Banco Central (BC) divulgou ainda em 18 de junho deste ano o calendário completo das reuniões que serão realizadas em 2022 pelo Copom (Comitê de Política Monetária), seguindo o mesmo padrão de oito encontros no ano. Veja as datas abaixo:

  • 1º e 2 de fevereiro;
  • 15 e 16 de março;
  • 3 e 4 de maio;
  • 14 e 15 de junho;
  • 2 e 3 de agosto;
  • 20 e 21 de setembro;
  • 25 e 26 de outubro;
  • 6 e 7 de dezembro.