O lucro líquido da Cosan (CSAN3) alcançou R$ 510 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo um recuo anual de 38%, em resultado puxado pelo aumento da taxa de juros (selic) no período, que refletiu em maiores despesas financeiras, bem como pelo resultado operacional inferior da Raízen. Segundo a controladora, esses efeitos foram parcialmente compensados pela melhora do desempenho operacional da Compass e da Rumo.

O Grupo Cosan (CSAN3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 236,1 milhões no 1T22, mostrando queda de 69,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, isso desconsiderando eventos não recorrentes.

A Cosan, holding dona de empresas como Raízen (RAIZ4) e Rumo (RAIL3), seguiu com a divulgação dos resultados trimestrais na sexta-feira, 13 de maio, dias após o anúncio de R$ 799 milhões em dividendos aos acionistas, com data de pagamento nesse mês.

Segundo o relatório de resultados, o Ebitda Ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Cosan atingiu R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022, em alta de 4,8% na comparação com o mesmo período de 2021.

"O melhor desempenho operacional da Rumo, impulsionado pela expansão dos volumes transportados, e da Compass, sustentado pela contínua evolução da Comgás e pelo início da consolidação da Sulgás, compensaram a menor concentração de vendas de Renováveis e Açúcar no trimestre que encerra a safra 2021/22 para a Raízen. Vale destacar que a execução consistente frente aos desafios enfrentados levou a Raízen a alcançar EBITDA ajustado recorde de R$ 10,7 bilhões no ano-safra (+20% em base pró-forma)", disse a Cosan.

Outros resultados da Cosan no 1T22

O Grupo Cosan registrou uma receita líquida de R$ 34,719 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), assim sendo um aumento de 54,2% frente ao trimestre anterior. Puxando o balanço, o resultado financeiro do período foi uma despesa de R$ 522 milhões, ante saldo negativo de R$ 163,2 milhões no ano anterior.

Dentre os resultados das empresas controladas da Cosan, que é uma holding não operacional, destacou-se o ebitda recorde de R$ 10,7 bilhões da Raízen (RAIZ4) no ano-safra 2021/2022, que ficou dentro das projeções do grupo para o ano.

A empresa de logística Rumo (RAIL3) obteve um ebitda de R$ 1,002 bilhão no primeiro trimestre de 2022, representando aumento de 20,4%, com crescimento no volume transportado pela empresa, principalmente na operação do Norte. "Esse resultado é reflexo da antecipação da safra de soja, dos ganhos de eficiência operacional capturados pela companhia e do ramp-up da operação na Malha Central", explica a Cosan.

A Compass Gás & Energia gerou um ebitda de R$ 703 milhões, em alta anual de 21,6%, beneficiada principalmente pelo reajuste das margens pela inflação, efeito que mais do que compensou a queda de 1% no volume distribuído pela concessionária no período, segundo o relatório de resultados da Cosan.

De outro lado, a comerciante de lubrificantes e graxas Moove apresentou ebitda de R$ 173 milhões, com queda de 8% no 1T22 em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, em função da redução de 21% no volume total vendido de lubrificantes. Mas na comparação com o trimestre anterior (4T21) houve uma alta de 15,5% no lucro operacional após aumento de 6% nas vendas.

Segundo o relatório, entre janeiro a março de 2022 houve consumo de caixa de R$ 1,9 bilhão, uma melhora de 50% devido, principalmente, às captações de recursos na Compass e a maior geração de caixa operacional da Raízen. Os investimentos pela Cosan nesse período totalizaram R$ 2,615 bilhões, com alta de 37,3%, dos quais um valor de R$ 1,540 bilhão foi destinado à Raízen.

A dívida bruta da Cosan encerrou o 1T22 em R$ 50,5 bilhões, queda de 7% frente ao 4T21, redução que pode ser explicada, principalmente, pelo pré-pagamento do Bond 2025 na Rumo, no valor de US$ 500 milhões, e pela amortização de dívidas totalizando R$ 1,4 bilhão na Raízen. Por este motivo, o saldo de dívida líquida ao final do trimestre reduziu 4% para R$ 29,908 bilhões frente ao trimestre anterior.

Nesse cenário, a alavancagem financeira, dada pela relação dívida líquida/ebitda, caiu 1 ponto percentual no 1T22 para 2,0 vezes, como reflexo do aumento significativo do ebitda dos últimos 12 meses, alavancado, principalmente, pela melhor performance de Raízen e Compass e pelos efeitos não recorrentes registrados na Cosan Corporativo, oriundos do IPO da Raízen, incorporação da Biosev e ganho por compra vantajosa da empresa Radar, segundo o relatório.

Créditos: Reprodução/RI Cosan.
Créditos: Reprodução/RI Cosan.