A CSN Mineração (CMIN3), braço do Grupo CSN, reportou um lucro líquido de R$ 804 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21), sendo uma queda de 45% em relação ao mesmo período de 2020, conforme mostrou o balanço divulgado em 3 de novembro. "Essa queda seria ainda maior se não fossem os efeitos positivos do hedge e da variação cambial verificada no período", disse a companhia.

Assim como anunciou o Grupo CSN em seu relatório, o mercado internacional registrou uma queda no preço de minério e no 3T21 houve um menor volume de vendas, fatores que puxaram os resultados do setor. Segundo o relatório, a venda de minério de ferro ao exterior caiu 15% entre julho a setembro desse ano para 6,914 milhões de toneladas.

De outro lado, a venda de minério no mercado interno pela CSN Mineração atingiu 1,269 milhão de toneladas, o que representa uma alta de 21% em relação ao mesmo período de 2020, e de 8% quando comparado com o segundo trimestre de 2021 (2T21).

"A forte redução do preço do minério com significativa reversão de provisão de receitas de períodos anteriores, além de maiores custos com frete reduziram significativamente o resultado da empresa no 3T21. Adicionalmente, a estratégia de preservar o valor do produto resultou em queda no volume de vendas e um maior volume de cargas não vendidas ao final do trimestre", disse a CSN Mineração por relatório.

Receita líquida cai 29%

Segundo o relatório divulgado, a receita líquida da CSN Mineração totalizou R$ 2,783 bilhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21), o que fica 29% abaixo do resultado registrado no mesmo período de 2020.

A retração na receita líquida é reflexo de menores preços e um menor volume de vendas em razão das cargas não vendidas no período. Por sua vez, o volume de vendas de minério foi de 8,183 milhões de toneladas no 3T21, o que representa uma queda anual de 11%, assim também impactando os resultados da CSN Mineração.

"No 3T21, as preocupações em relação ao mercado chinês no que diz respeito: ao controle de produção de aço associado a redução das emissões de carbono; às questões relacionadas à Covid-19 que geraram filas maiores de navios nos portos; crise energética e; às incertezas em relação ao mercado imobiliário, acabaram por trazer bastante volatilidade e derrubaram o preço do minério de ferro", explica a CSN Mineração.

Segundo a CSN, o minério fechou o 3T21 a uma média de US$ 162,94 com baixa de 18,5% em relação ao 2T21, mas alta de 37,8% em relação ao terceiro trimestre de 2020.

Outros destaques

O ebitda ajustado da CSN Mineração atingiu R$ 911 milhões no 3T21, sendo uma forte queda de 66% em relação ao terceiro trimestre de 2020, e de 82% frente ao 2T21. Neste período, a margem do ebitda caiu 34,7 pontos percentuais, para 33%:

Créditos: Reprodução/CSN Mineração.
Créditos: Reprodução/CSN Mineração.

Por sua vez, o fluxo de caixa ajustado no 3T21 foi de R$ 3,925 bilhões, um desempenho superior ao ebitda em razão da redução do capital de giro da companhia. Após captar R$ 1 bilhão com emissão de debêntures, a primeira da CSN Mineração, a companhia ainda fechou o 3T21 com caixa líquido de R$ 7,18 bilhões, quase R$ 1,28 bilhão a mais em relação ao trimestre anterior.

O custo dos produtos vendidos da mineração totalizou R$ 1,998 bilhão no 3T21, sendo 18% inferior ao registrado no mesmo trimestre de 2020. Já como fruto da variação cambial verificada entre julho a setembro de 2021, o resultado financeiro foi positivo em R$ 138 milhões no 3T21 ante um saldo negativo de R$ 96 no ano anterior.

Cotação da CSN Mineração - CMIN3

A ação da CSN Mineração - nova na B3 - caiu 30,5% com cotação de R$ 6,37 no final do 3T21, contra uma queda de 12,5% do Ibovespa no período. Com isso, o valor de mercado da companhia em setembro de 2021 atingiu R$ 35,616 bilhões.