A Dexco (DXCO3), antiga Duratex (DTEX3), registrou um lucro líquido de R$ 223,715 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo uma alta de 29,5% em relação ao mesmo período de 2021, conforme mostra o relatório de resultados divulgado pela empresa.

Já o lucro líquido recorrente, que considera fatores não eventuais do período, foi de R$ 198,322 milhões no 1T22, queda de 10,8% em relação ao mesmo período de 2021.

Entre os destaques do trimestre está o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e recorrente, que chegou a R$ 503,7 milhões no 1T22, novo recorde de resultado para um trimestre, impulsionado por crescimento das Divisões Deca e Revestimentos.

Pelo relatório, a Dexco explicou que a empresa conseguiu passar pelas dificuldades econômicas e sanitárias nesse início de 2022, até mesmo registrando recorde operacional (ebitda). Confira parte do comentário:

"O ano de 2022 começou em meio a um cenário de incertezas. O aumento da contaminação da Ômicron, variante da Covid-19, levantou alertas sobre uma nova possibilidade de paralisação da atividade econômica no trimestre. Enquanto, o contínuo cenário de alta da inflação e, consequente, maior taxa de juros, intensificado com o conflito entre Rússia e Ucrânia, segue colocando a prova o consumo do brasileiro e a capacidade de repasse de preço da indústria. Estes fatores aliados a corrida eleitoral tendem a seguir trazendo instabilidade ao mercado local e ao setor da construção civil.

Em meio a este cenário, a Dexco conseguiu compensar as adversidades com os bem implementados projetos de melhorias de rentabilidade de suas operações e, novamente, entregar recordes de resultados para um primeiro trimestre (...)".

Outros destaques dos resultados da Dexco (DXCO3) no 1T22

A Dexco, empresa da holding Itaúsa (ITSA4), teve uma receita líquida de R$ 2,131 bilhões, sendo um crescimento de 20,5% frente ao resultado entre os meses de janeiro a março de 2021. O desempenho foi beneficiado por uma base de preços maior e pelos aumentos dos preços em 2022.

De outro lado, a receita líquida apresentou uma queda de 5,3% na comparação com o trimestre anterior, ou seja, ao quarto trimestre de 2021, mesmo com os melhores preços. O responsável foi, segundo a empresa, uma queda de volume no período.

Com alta no preço de insumos, principalmente de ureia e gás natural, o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) atingiu R$ 1,283 bilhão no 1º trimestre de 2022, representando aumento anual de 26%.

De outro lado, o resultado financeiro da Dexco ficou negativo em R$ 108,2 milhões no 1T22, sendo uma piora de 460,2% em relação ao mesmo trimestre de 2022, explicada pelas altas na taxa selic dos últimos doze meses, que tem reflexo direto nos encargos financeiros da companhia.

Entre janeiro a março de 2022, o fluxo de caixa ficou negativo em R$ 54,5 milhões por causa de consumo do capital e maiores investimentos feitos pela Dexco em suas plantas florestais.

Como pode ser visto na tabela abaixo, a Dexco fechou o 1T22 com uma dívida líquida de R$ 3,259 bilhões, em crescimento de 74,3% em relação ao nível do mesmo período de 2021. Do total, 68% são obrigações de longo prazo.

Dessa forma, a alavancagem da Dexco, dada pela relação entre dívida líquida/ebitda, cresceu de 1,19x para 1,48 vez na comparação anual.

Reprodução/RI Dexco.
Reprodução/RI Dexco.

Ações da Dexco (DXCO3) na B3

No primeiro trimestre de 2022 (1T22), as ações da Dexco fecharam com queda de 1,48% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), segundo os registros. Entretanto, considerando os últimos dozes meses, há queda de cerca de 35%.

Um dia após a divulgação dos resultados trimestrais, em 28 de abril as ações DXCO3 da Dexco tiveram alta de 2,35% na B3, com cotação de R$ 12,63 cada uma.