O COPOM - Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (BCB) cortou mais uma vez a taxa básica de juros da economia brasileira (SELIC). A reunião ocorreu nesta quarta-feira (17) e terminou com mais uma forte queda de 0,75%. Agora, a SELIC caiu de 3% para 2,25% ao ano, mínima histórica.

O novo corte na taxa já era esperado pelo mercado, talvez não de tal maneira. Na última segunda alguns especialistas esperavam um corte de até 0,5% e tinham uma previsão de Selic a 2,25% somente no final do ano.

A 231ª reunião do Comitê foi marcada pela atualização de um cenário incerto sobre os possíveis efeitos da pandemia do novo Coronavírus. "No exterior, a Covid-19 continua provocando uma desaceleração do crescimento global e mesmo com estímulos fiscal e monetário, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador", divulgou a nota do Copom.

Somado a isso, a divulgação do PIB do primeiro trimestre confirmou a maior queda desde 2015, refletindo os efeitos iniciais da pandemia. Indicadores recentes sugerem que a contração da atividade econômica no segundo trimestre será ainda maior.

O corte da taxa foi motivado também pela deflação apresentada no país em maio, segundo o BC "abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária".

As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 são agora de 1,6%, 3,0% e 3,5%, respectivamente.

Já no longo prazo a taxa deve voltar subir. O comitê prevê uma taxa de até 3,00% a.a. em 2021 e o dólar negociado R$ 4,95.

No quadro fiscal do país, o BC espera que as reformas tributária e administrativa do governo federal andem na Câmara e no Senado.