Em entrevista, o ministro da Economia, Paulo Guedes, divulgou que o governo pretende realizar até 4 privatizações entre os próximos três meses de 2020. No entanto, os trâmites para que isso aconteça parecem apresentar lentidão de forma geral, conforme diz o próprio ministro: "Estamos atrasados sim, não tenho problema de admitir".

Guedes foi entrevistado pela rede de TV CNN em 6 de julho, último domingo, no programa "O Brasil Pós-Pandemia: a Retomada". Em resposta ao apresentador, o ministro afirmou: "Vamos fazer até quatro grandes privatizações em até 90 dias". As estatais que serão vendidas ao mercado privado ainda não foram expressas pelo governo, mas essas declarações de Guedes no fim de semana foram capazes de criar expectativas no mercado financeiro, valorizando a bolsa de valores e a fazendo subir o índice Ibovespa em mais de 1,5% nesta segunda-feira de julho (6).

Até 12 privatizações devem ocorrer até 2021, segundo Salim Mattar

A pretensão de privatizar (ou desestatizar) empresas públicas brasileiras não foi anunciada pela primeira vez neste domingo, na entrevista de Guedes. Antes disso, em 1º de julho, o ministro de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, informou aos cidadãos que o governo pretende realizar cerca de 12 privatizações de estatais em 2021.

Entre as que devem partir para as mãos da iniciativa privada estão: Correios, Eletrobras, CBTU, Serpro, Dataprev e Telebrás. Mas o ministro também disse que os trâmites precisam primeiramente de aprovação no Congresso Nacional para que o projeto seja executado em algumas entidades públicas; e que poderá haver mais privatização, caso a pandemia do coronavírus colabore.

Mesmo que os processos não sejam detalhados pelo governo, a privatização no Brasil parece estar cada vez mais próxima visto a repetição com que a temática vem a público. Em exemplo, há a futura e famosa privatização dos Correios que foi inclusive confirmada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, no início de janeiro de 2020: "Se pudesse privatizar hoje, privatizaria, mas não posso prejudicar o servidor dos Correios", afirmou o presidente.