Uma família brasileira, composta por dois adultos e duas crianças, deveria ter recebido em setembro de 2020 um salário mínimo de R$ 4.892,75 para seu completo sustento, divulgou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio de estudo. Anteriormente, no mês de agosto, o salário mínimo necessário era de R$ 4.536,12.

Conforme anunicou o Dieese, em setembro, os alimentos básicos necessários para uma pessoa adulta ficaram mais caros em 13 das 17 capitais estudadas, sendo as maiores altas registradas em Florianópolis (9,80%), Salvador (9,70%) e Aracaju (7,13%).

Atualmente, o salário mínimo do Brasil é de R$ 1.045, ficando quase um quinto abaixo do patamar necessário que neste ano deveria estar ultrapassando os quatro mil reais.

Por lei, o salário mínimo é a quantia mais baixa que um brasileiro pode receber pela venda de seu trabalho. O valor vigente é previsto pelo projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que o governo elabora para o ano seguinte. Em 2021, por exemplo, há proposta para um salário de R$ 1.067.

Sobre o estudo do Dieese

Atualmente, o Dieese faz todos os meses a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) que colhe dados sobre os preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais vendidos em 16 capitais mais o Distrito Federal. Para fins de cálculo, encontra-se a cesta básica mais cara e define-se uma quantia mínima para o sustento mensal de uma família.

"Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Florianópolis (R$ 582,40), o DIEESE estima que o Salário Mínimo Necessário deveria ter sido equivalente a R$ 4.892,75, o que corresponde a 4,68 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças", explicou.

Além disso, verificou-se também que o trabalhador que recebeu o piso nacional em setembro, gastou em média 51,22% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Vale dizer que quem prevê a lista dos alimentos considerados essenciais é o decreto-lei de nº 399, em vigor desde 1938, que também trata sobre o salário mínimo. Essa norma estabelece uma cesta básica com treze produtos em quantidades necessárias para o sustento de uma pessoa por um mês.

"O banco de dados da PNCBA apresenta os preços médios, o valor do conjunto dos produtos e a jornada de trabalho que um trabalhador precisa cumprir, em todas as capitais, para adquirir a cesta", explicou também a Dieese.

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