O governo anunciou uma proposta recente que deverá elevar o salário mínimo ao valor de R$ 1.067 a partir do início de 2021, com pagamento a partir de fevereiro. Esse reajuste ficou abaixo dos R$ 1.075 previstos pelo projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, apresentado no último mês de abril.

O reajuste, que soma 22 reais ao atual sálario de R$ 1.045, foi enviado ao Congresso Nacional na segunda-feira de 31 de agosto, e ainda precisa de aprovação. O governo apenas considerou a inflação, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), para calcular o salário do ano que vem.

Entretanto, o salário mínimo de R$ 1.067 previsto para 2021 poderá ser alterado novamente para acompanhar a oscilação da inflação. As modificações podem acontecer ainda até o fim do ano, conforme andamento dos índices.

Salário mínimo de 2021 terá reajuste menor que a inflação

A nova proposta do governo vai preservar o poder de compra do brasileiro, mas não haverá o chamado"ganho real", que é quando a remuneração fica acima da inflação.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, explicou que o governo não deseja um reajuste acima do INPC, para que não seja necessário mexer em outras despesas. "Se tiver algum aumento nesse sentido, uma outra despesa primária vai ter que ser reduzida. Lembrando do efeito que o salário mínimo tem sobre despesas: ano passado, R$ 1 a mais no salário mínimo tínhamos R$ 300 milhões a mais de despesas. Se tivermos aumento acima do que foi colocado — qualquer valor — teremos que ter uma outra despesa cortada", disse o secretário em entrevista à imprensa.

Conforme explicou o ministério da economia, a redução do reajuste salarial aconteceu em função da diminuição das atividades econômicas neste ano, influenciadas pela pandemia da Covid-19, que derrubou a inflação. E em regra, se a inflação cai, então o reajuste do salário mínimo também deve cair.

Antes o governo previa que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) terminaria em 3,19% no final de 2020, mas esse patamar foi reduzido para 2,09% como mostra o novo projeto orçamentário.

Governo prevê Selic na casa dos 2% no fim de 2021

O governo prevê que a taxa Selic ficará por volta de 2% ao ano no final de 2021, ante a previsão de 4,5% ao ano contida na LDO. Com a recente queda da Selic, que a trouxe para os 2%, o governo precisou reavaliar algumas projeções, conforme o projeto do orçamento apresentado.

O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, foi atualizado para 3,2% em 2021. Enquanto a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta a inflação, passou de 3,65% para 3,24%.