O Banco Central decidiu manter em outubro a taxa SELIC em 2% a.a. A taxa básica de juros da economia brasileira foi tema da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 28 de outubro e manteve a Selic na menor taxa básica de juros da história. Após vários cortes consecutivos, esta foi a segunda vez que o comitê manteve e taxa no mesmo patamar.

Com a economia em recuperação lenta diante da crise do coronavírus e uma inflação ainda baixa em virtude do consumo fraco, o comitê pretende "aquecer" a oferta de crédito no mercado. Veja o anúncio da última reunião que definiu a manutenção da taxa Selic:

Assim, a poupança rende hoje 1,4% ano ano, pois é atrelada a SELIC e rende 70% da mesma. A inflação atual (IPCA) está por volta de 2,5% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.

Já o saldo das contas do FGTS, tão abominado por todos por render pouco, rende atualmente 3% ao ano, mais do que a poupança e o tesouro SELIC.

Com uma taxa de juros baixa, a economia aquece, visto que as empresas investem o dinheiro investido para melhorar seu negócio, sabendo que a rentabilidade dos recursos parados é quase nula.

BACEN prevê inflação de 3% em 2020

No comunicado sobre a nova taxa, o BC indicou ainda um possível cenário futuro, onde cita que "as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,1% para 2020, 3,1% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 2,75% a.a. em 2021 e 4,50% a.a. em 2022".

O Banco Central disse ainda que as últimas leituras de inflação foram acima do esperado, e o Comitê elevou então a projeção para os meses restantes de 2020. "Contribuem para essa revisão a continuidade da alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda".

Já no câmbio, a cotação do dólar também subiu e a previsão passou agora de R$ 5,30 para R$ 5,60 até o fim do ano.

Ainda, o Banco Central disse que o novo corte reflete o cenário atual onde "o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia do coronavírus prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional. Eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal", reforçou.

Veja o anúncio feito pelo BC sobre o novo corte da SELIC.