A Ecorodovias (ECOR3) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 16,9 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), sendo uma queda de 81,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o balanço de resultados divulgado recentemente. Esse indicador desconsidera a atualização monetária dos acordos da empresa.

A queda no lucro foi influenciada pelo término do contrato de concessões da Ecocataratas e Ecovia Caminho do Mar, bem como pela piora no resultado financeiro.

Por sua vez, o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 475,8 milhões no 1T22, representando retração de 17,3% na comparação anual. Entretanto, esse resultado considera o encerramento dos contratos de concessão da Ecocataratas e Ecovia Caminho do Mar em novembro de 2021 os custos e despesas da Ecovias do Araguaia, que ainda não iniciou a cobrança de pedágio e assim gerando receita.

Desconsiderando o efeito da Ecocataratas, Ecovia Caminho do Mar, Ecovias do Cerrado e Ecovias do Araguaia, o ebitda ajustado apresenta aumento de 7,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021, devido ao crescimento do tráfego de veículos, reajustes das tarifas de pedágio e ao crescimento das operações do Ecoporto, segundo o relatório da Ecorodovias.

Outros destaques dos resultados da Ecorodovias (ECOR3) no 1T22

A receita bruta ajustada, excluindo a receita de construção, atingiu R$ 923,2 milhões no 1T22, em uma queda de 6,9% puxada por redução das concessões rodoviárias em função do encerramento dos contratos da Ecocataratas e Ecovia Caminho do Mar em novembro de 2021. Tirando esses contratos de concessões, o balanço mostra um aumento de 13,2%.

Por sua vez, a receita de construção somou R$ 370,0 milhões, com expressivo crescimento de 118,2% na comparação anual. O término dos contratos reduziram em 9,4% a receita da linha de Concessões rodoviárias, que totalizaram R$ 772,9 milhões no 1T22.

No relatório de desempenho operacional, a Ecorodovias anunciou que o volume de tráfego caiu 1,9% entre janeiro a março de 2022, na comparação com o mesmo intervalo de 2021. O destaque negativo é da empresa Ecosul que apresentou queda de 24,3% no tráfego do trimestre. Já a Ecopistas teve alta de 21,1%:

O relatório da Ecorodovias mostra que os custos operacionais e despesas administrativas totalizaram R$ 822,7 milhões no 1T22, representando alta de 33,1%) com destaque para os custos de construção que saltaram 118,2%.

O resultado financeiro da empresa fechou o 1T22 com aumento do saldo negativo em mais de R$ 20,6 milhões, para R$ 264,7 milhões. Destacam-se os juros sobre as debêntures da Ecorodovias que apresentaram alta de 155,3% para R$ 159,2 milhões.

A dívida bruta atingiu R$ 10,285 bilhões em março de 2022, aumento de 3,3% em relação ao quarto trimestre de 2021, devido, principalmente, à 4º emissão de debêntures da controlada Ecovias dos Imigrantes e à liberação de financiamento do BNDES para a Eco135, empresa do grupo.

Com caixa e equivalentes, a Ecorodovias terminou o primeiro trimestre de 2022 com uma dívida líquida de R$ 8,103 bilhões, sendo um aumento de 6% frente ao trimestre anterior. Dessa maneira, a alavancagem financeira da empresa subiu 0,3 pontos para 3,6 vezes, como pode ser visto na tabela abaixo:

Créditos: Reprodução/Ecorodovias.
Créditos: Reprodução/Ecorodovias.