Nesta quarta-feira, 15 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) recebeu a informação sobre a liberação das exportações de carne bovina para a China. Dessa forma, a certificação e o embarque da proteína animal para a China foram normalizados, e podem retornar a partir de hoje.

De acordo com o secretário da Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal,

"Retomamos o fluxo normal de exportações para a China. Tivemos uma negociação bastante técnica com uma série de trocas de informações e reuniões com a equipe da autoridade sanitária chinesa. Nós já tínhamos concluído o envio das últimas informações pelo nosso canal via embaixada em Pequim há cerca de um mês, então já esperávamos que houvesse uma solução desta solução. Desta forma, o país asiático passa a aceitar novamente os lotes de carnes brasileiras certificadas a partir desta quarta-feira. É uma boa notícia para o setor, já que se trata do principal destino de importação de carne bovina brasileira".

Exportação de carne bovina brasileira para a China estava suspensa

Em suma, os embarques para a China estavam suspensos desde o dia 4 de setembro, quando o Brasil identificou e comunicou dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG).

A suspensão foi realizada em respeito ao protocolo firmado entre os dois países, que determina essa ação, no caso de EEB, mesmo que de forma atípica. A OIE, organização internacional que acompanha a saúde animal, estudou as informações prestadas em decorrência dos dois casos de EEB atípica, e reafirmou o status brasileiro de "risco insignificante" para a enfermidade.

De acordo com o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, o Brasil repassou todas as informações solicitadas pelas autoridades chinesas.

"Eles ficaram satisfeitos com o nível de informações fornecidas pelo Mapa. Nossa equipe aqui teve contato com as autoridades chinesas quase que diariamente. Quando as informações técnicas satisfizeram as autoridades chinesas, eles reabriram o mercado".

Por fim, em novembro, a China já tinha liberado alguns lotes de carne bovina brasileira que ganharam a certificação sanitária nacional, até o dia 3 de setembro de 2021.

Frigorificos se manifestam sobre a novidade

Em função dessa novidade, algumas companhias brasileiras que atuam no setor de alimentos, especialmente com carnes, divulgaram notas nessa quarta-feira, dia 15, falando sobre o acontecido.

Uma delas foi a Minerva Foods, dona das ações BEEF3, listadas na B3, bolsa de valores brasileira. Veja o que ela disse:

"Minerva S.A. ("Minerva Foods" ou "Companhia"), líder na América do Sul na exportação de carne bovina, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento ("MAPA"), por meio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, notificou a retomada irrestrita das exportações de carne bovina do Brasil para a China.

A retomada das operações de abate e produção de carne bovina, dedicada ao mercado chinês, tem início imediato.

Considerando as nossas plantas estrategicamente diversificadas na América do Sul, nossa exposição para o mercado chinês alcança 7 unidades produtivas com capacidade de abate de aproximadamente 10 mil cabeças de gado/dia, sendo 3 plantas no Brasil, 3 Plantas no Uruguai e 1 planta na Argentina"

Outra empresa que divulgou comunicado foi a Marfrig (MRFG3), que disse o seguinte:

"A Marfrig Global Foods S.A. ("Marfrig" ou a "Companhia"), nos termos do artigo 157, § 4º da Lei 6.404/76 e do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 358/2002, vem informar a seus acionistas e ao mercado em geral que de acordo com o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os certificados sanitários para exportação para República Popular da China já estão sendo emitidos normalmente e que as exportações de carne bovina brasileira foram retomadas a partir desta data.

A Marfrig é a empresa com maior número de plantas habilitadas para a China da América do Sul, com treze plantas, sendo que o Brasil possui sete habilitações, seguido do Uruguai com quatro e Argentina com duas".